Pequim - A China anunciou neste sábado um resultado recorde das exportações e um excedente comercial em alta, mas a desaceleração do crescimento do comércio exterior deve perdurar, em consequência da conjuntura mundial, segundo analistas.
As vendas ao exterior do maior exportador mundial alcançaram 186,3 bilhões de dólares em setembro, "um recorde histórico para apenas um mês", com uma alta de 9,9% em ritmo anual, segundo a Administração Geral de Alfândegas.
O excedente comercial aumentou em um bilhão de dólares na comparação com agosto, a 27,7 bilhões de dólares, enquanto as importações da segunda principal economia mundial aumentaram 2,4% no mês passado, a US$ 158,7 bilhões.
[SAIBAMAIS]Os analistas esperavam um aumento das exportações de 5% e de 2% para as importações. O bom resultado do comércio exterior do país no mês passado pode ser apenas temporário, segundo os analistas. "Acreditamos que a situação vai piorar nos próximos meses, levando em consideração que os números do comércio refletem a situação na China e na economia mundial", disse à AFP Alistair Thornton, economista da IHS Global Insight, que tem sede em Pequim.
"Estes números do comércio são um sinal positivo para a economia chinesa, mas não é seguro que o crescimento das importações e exportações possa permanecer nestes níveis", afirmou Ding Shuang, economista do Citigroup.
A IHS Global Insight prevê um crescimento nulo das importações e de 5% das exportações nos próximos meses, disse Thornton. Além disso, é pouco provável que o objetivo de crescimento de 10% do comércio exterior da China para 2012, previsto no início do ano pelo governo, seja alcançado, completou Ding.
Nos primeiros nove meses do ano, o volume do comércio exterior chinês cresceu apenas 6,2% na comparação com o mesmo período do ano passado.
O superávit comercial acumulado da China entre janeiro e setembro alcança 148,3 bilhões de dólares, sobre um volume total de comércio exterior de 2,84 trilhões de dólares.
Este ano, a desaceleração do comércio exterior afetou o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país, que registrou alta de 7,6% no segundo trimestre, contra 9,3% no período abril-junho de 2011.
O governo chinês adotou uma série de medidas para respaldar a atividade, a nível monetário e injetando recursos em certos programas de infraestrutura.