Agência France-Presse
postado em 15/10/2012 16:16
Luxemburgo - A Espanha acredita que, na próxima reunião de dirigentes europeus nos dias 18 e 19 de outubro, a recapitalização de seus bancos avançará com certa rapidez, afirmou nesta segunda-feira (15/10) o ministro das Relações Exteriores espanhol, José Manuel García-Margallo.Na reunião desta semana, "esperamos que a supervisão europeia seja posta em prática com certa rapidez" e que haja avanços na união bancária, afirmou o ministro em sua chegada a Luxemburgo para uma reunião dos chefes da diplomacia da União Europeia.
"Esse é exatamente o ponto que interessa à Espanha: que a ajuda financeira aos bancos não conte como dívida pública, mas, para isso, a condição é que exista um supervisor único europeu", acrescentou. A grave situação dos bancos espanhois precipitou o crédito de até 100 bilhões de euros pela zona do euro, mas, para que esse empréstimo não seja considerado como dívida pública, é necessária a criação de um supervisor único bancário sob a égide do Banco Central Europeu (BCE).
Bruxelas propõe que o BCE controle os 6.000 bancos da zona do euro, mas Berlim resiste a que a instituição presidida por Mario Draghi supervisione seus bancos regionais e prefere que esta se limite unicamente aos bancos sistêmicos, ou seja, os que são muito grandes para quebrar. Em meio a esses debates, a Alemanha não acredita que o supervisor único para a zona do euro esteja em funcionamento a partir de janeiro de 2013.
[SAIBAMAIS]O debate sobre "se (o supervisor único) vai supervisionar apenas os bancos nacionalizados e os sistêmicos e, em uma segunda etapa, a todos os bancos; ou se tem que exercer desde o primeiro momento uma função supervisora sobre todos eles, é indiferente", disse o ministro espanhol. "Basta que haja um único supervisor financeiro em 2013", afirmou. Os bancos espanhóis sofrem as consequências de sua exposição a um setor imobiliário fragilizado, com o estouro da bola de 2008, e acumulavam no final de junho uma taxa de morosidade de 9,86%, um recorde desde 1994.
Depois de obter, em junho, de seus sócios da zona do euro a ajuda para seus bancos, Madri resiste a pedir um resgate mais amplo para sua economia. A Espanha teme que a imposição de mais condições possa alimentar um descontentamento social já muito grande por causa dos cortes orçamentários que afetam serviços básicos, como a saúde e a educação. "O Ministério da Economia que tem que decidir isso" se limitou a dizer García-Margallo.