Agência France-Presse
postado em 20/10/2012 14:12
Londres - Milhares de pessoas tomaram as ruas de Londres e outras cidades britânicas neste sábado para protestar contra as medidas de austeridade do governo. Os manifestantes exibiam cartazes pedindo "Chega de cortes" e com críticas ao primeiro-ministro David Cameron. "Essa não é uma crise que vai se resolver com cortes", reclamou Jonathan, um rapaz de 19 anos. "Nós estamos mergulhados na recessão e estamos aqui hoje para mostrar que não vamos suportar por muito mais tempo".Os manifestantes também foram até a residência de Cameron, em Downing Street, para fazer um coro de vaias. O movimento acabou se concentrando no Hyde Park, quando o líder da oposição, Ed Miliband, atacou Cameron. "Ele insiste num plano econômico que não está funcionando", afirmou Miliband. "A austeridade não é a resposta".
Mas Miliband também foi vaiado pela multidão quando disse que qualquer governo no poder neste momento teria que fazer alguns cortes de gastos. "Haverá decisões difíceis. Não prometo tempos fáceis", afirmou.
Brendan Barber, secretário-geral do sindical Trades Union Congress, afirmou que os cortes "estão atingindo os mais pobres e vulneráveis". "Temos uma mensagem clara e forte para o governo. A austeridade não está dando certo. Está atingindo nossos empregos, nossos serviços, nosso padrão de vida", protestou.
Dave Prentis, líder do maior sindical do funcionarismo público britânico, o Unison, afirmou que os cortes de governo estão punindo milhares de funcionários públicos. "Estamos aqui pelas milhares de pessoas que não têm uma escolha. Não podemos suportar mais".
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Mas Cameron, cujo Partido Conservador partilha do poder com o centrista Liberal Democratas, insiste que esses cortes de gastos são necessários para equilibrar o orçamento do reino. "Hoje Ed Miliband está liderando uma manifestação para protestar contra cada corte de gasto necessário para aliviar o déficit", disse, em uma mensagem postada em sua conta no Twitter.
A polícia metropolitana de Londres não proporcionou uma estimativa para o número de manifestantes, mas os organizadores falaram de cerca de dez mil pessoas. A polícia escocesa afirmou que cerca de 5.000 pessoas participaram nos protestos em Glasgow.