Atenas - O déficit e a dívida pública da Grécia se agravaram em 2011, subindo para 9,4% e 170,6% do PIB, respectivamente, de acordo com dados provisórios divulgados nesta segunda-feira (22/10) pela Autoridade Grega de Estatística (ELSTAT).
As primeiras estimativas da ELSTAT, em abril, apresentaram um aumento do déficit para 9,1% do PIB, próximo à previsão do orçamento para 2011, de 9%.
A dívida pública, entretanto, subiu para 165,3% do PIB, longe dos 120% que deve alcançar em 2020, com base no acordo que se seguiu ao perdão de metade da dívida em fevereiro.
Esta deterioração das contas públicas se deve à revisão para cima da dimensão da recessão em 2011, indicou a ELSTAT em um comunicado.
No dia 5 de outubro, a ELSTAT anunciou um agravamento da queda do PIB em 2011, que subiu para 7,1%, em vez de 6,9%, como anunciado originalmente.
Para 2012, quinto ano do país em recessão, a contração antecipada do PIB está em 7%, enquanto os desempregados já representam um quarto da população ativa.
Devido às medidas de austeridade aplicadas no país e aos atrasos nas reformas estruturais, a Grécia prevê para 2013 uma nova queda no PIB.
Em termos absolutos, o déficit foi de 19,6 bilhões de euros e a dívida de mais de 355 bilhões, o que não apresenta grandes diferenças da estimativa de abril.
Em 2009, pouco antes da crise, o país tinha um déficit público de 15,6% do PIB, 36,1 bilhões de euros, e uma dívida de 129,7% do PIB, cerca de 300 bilhões.
[SAIBAMAIS] A Grécia está mergulhada em uma profunda revisão financeira e econômica para permitir sua permanência no euro à custa de programas de austeridade vigiados estreitamente pela União Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional, seus principais credores, que já aprovaram resgates de 110 bilhões de euros, em 2010, e de 130 bilhões este ano.
O governo do primeiro-ministro grego, o conservador Antonio Samaras, agora está à espera de um novo relatório dessas três instituições, reunidas na chamada ;troika;, que, se for favorável, permitirá o desbloqueio de uma parcela de 31,5 bilhões de dólares correspondente ao último crédito, antes do fim de novembro para salvar o país da bancarrota e da suspensão dos pagamentos.
Samaras se mostrou confiante na quinta-feira em Bruxelas durante a cúpula europeia, sobre a entrega da próxima ajuda, lembrando que "o país tem reservas suficientes apenas até 16 de novembro".
Em troca, contudo, o governo grego terá que economizar outros 13,5 bilhões de euros para 2013 e 2014, sendo mais de 9 bilhões no próximo ano, além de realizar uma bateria de reformas estruturais.