Jornal Correio Braziliense

Economia

Decisão da Argentina de limitar importações causa prejuízos ao Brasil

Ao mesmo tempo em que se desdobra para minimizar os efeitos da crise que solapa os Estados Unidos e a Europa, o governo de Dilma Rousseff tem voltado seus olhos para a Argentina, o mais importante do parceiros comerciais vizinhos. Desde que decidiu encampar uma pesada perseguição a produtos importados, a presidente argentina, Cristina Kirchner, tornou-se um estorvo para os empresários brasileiros. Ao impor barreiras aos negócios, para tentar conter a saída de dólares, ela transformou a fronteira entre os dois países em um depósito de produtos encalhados e prejuízos monumentais. O que mais assusta os industriais é o fato de Brasília se manter calada, apesar de reconhecer que o parceiro está passando dos limites, com constantes bravatas do superministro Guilhermo Moreno.

A fatura é pesada para o empresariado nacional. Tanto que, de janeiro a setembro deste ano, as exportações brasileiras para a Argentina encolheram 20,2% quando comparadas com as do mesmo período de 2011. Caíram de US$ 16,8 bilhões para US$ 13,4 bilhões. Como consequência, a participação do país vizinho na pauta de exportações do Brasil também reduziu, de 8,9% 7,5%. Para o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, esse quadro é pior quando se leva em conta o perfil das vendas do país à nação vizinha. ;Depois da perda de participação dos Estados Unidos, que sempre o foram o nosso principal comprador, a Argentina tornou-se o melhor mercado para os nossos manufaturados. Ao mundo inteiro, exportamos commodities. Mas, para a Argentina, são produtos de maior valor agregado. É bom termos eles como parceiros;, diz.