postado em 23/10/2012 09:00
O Banco Central não terá paz no último trimestre do ano. As pressões sobre o bolso do consumidor prometem ser pesadas diante do aquecimento da economia e devem alimentar críticas às decisões da autoridade monetária de afrouxar a política de juros. Depois de o Índice de Preços ao Consumidor Amplo ; 15 (IPCA-15) de outubro, a prévia da carestia oficial, ter surpreendido o mercado ao registrar alta de 0,65%, as projeções para o fim do ano pioraram. O mercado espera, agora, que o IPCA de 2012 fique em 5,44%, estimativa que tem sido revisada para cima há cinco semanas consecutivas. A previsão é que o indicador feche o mês em 0,60%. Até a semana passada, o número era menor: 0,55%.
A piora das expectativas de inflação tem sido uma resposta do mercado à decisão do BC de derrubar a taxa básica de juros (Selic). Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o indicador baixou de 7,50% para 7,25% ao ano, o que incomodou parte do mercado. Os mais críticos argumentam que o BC de Alexandre Tombini aceita risco maior que o comum em troca de algum crescimento ; uma visão que também vale para 2013 e já contamina as previsões.