Atenas - Após quatro meses de negociações, o ministro grego das Finanzas, Yannis Stournaras, afirmou, nesta quarta-feira (24/10), ter chegado a um acordo com a troika e obtido um prazo adicional de dois anos para realizar seu ajuste orçamentário, o que a União Europeia e o FMI negaram.
Stournaras afirmou no parlamento ter acordado com a troika (União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) um novo prazo de dois anos para realizar seu ajuste orçamentário em troca de aplicar novas medidas de economia. A União Europeia, contudo, negou.
"As negociações com a Grécia avançaram significativamente, mas ainda restam assuntos para serem resolvidos antes que o acordo seja alcançado", disse o porta-voz comunitário, Simon O;Connor em sua conta no twitter. Um porta-voz do FMI também afirmou que "nos últimos dias houve um avanço, mas restam assuntos pendentes para chegarmos a um acordo pleno de todas as partes". O presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, disse o mesmo.
"A análise ainda não terminou. Entendo que houve avanços, mas ainda faltam coisas a serem determinadas", declarou Draghi durante uma rápida coletiva de imprensa no Bundestag (Parlamento alemão) em Berlim. O ministro alemão de Finanças, Wolfgang Sch;uble, se mostrou mais contundente ao afirmar que não havia "nada novo" nas negociações entre a troika e a Grécia.
Se confirmado, a Grécia teria até o ano 2016, ao invés de 2014, para reduzir seu déficit orçamentário abaixo dos 3% do PIB, diante dos 9,4% que tinha no final de 2011, segundo estatísticas revisadas no início desta semana. Em troca desse novo prazo, Stournaras disse ter negociado um projeto que previa um novo ajuste orçamentário de 13,5 bilhões de euros em dois anos, a maioria dos quais será aplicado em 2013 para ter acesso a uma parcela vital da ajuda de 31,5 bilhões de euros da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional.