postado em 29/10/2012 15:27
O volume de recursos destinados pelo governo para pagamento dos juros da dívida pública, o chamado superávit primário, encolheu R$ 300 milhões entre agosto e setembro deste ano, segundo informou nesta segunda-feira o Tesouro Nacional. Em setembro, a economia fiscal foi de R$ 1,3 bilhão, contra R$ 1,6 bilhão registrados um mês antes, em agosto.No ano, os recursos destinados pelo governo para saldar os juros da dívida somam R$ 54,8 bilhões. Isso representa uma queda de R$ 20,5 bilhões sobre a economia feita durante os nove primeiros meses de 2011, de R$ 75,3 bilhões.
A queda do chamado superávit primário ascende uma luz amarela no governo. Durante todo o ano, a equipe econômica vem batendo na tecla de que uma menor economia seria compensada com a retomada do crescimento econômico, o que deveria estar acontecendo com mais intensidade já a partir do segundo semestre do ano.
Com isso, a meta de primário poderia ser cumprida em torno de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB, a geração de riquezas de um país). Internamente, assessores econômicos já davam como certo que a meta não poderia ser cumprida sem que o governo lançasse mão de instrumentos contábeis questionados pelo mercado, como o abatimento de investimentos com obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) como economia fiscal. [SAIBAMAIS]
A manobra já foi utilizada anteriormente pelo governo em 2010, o que gerou críticas de especialistas, que passaram a questionar se o compromisso assumido pelo governo de cumprimento das metas fiscais havia ou não sido cumprido, uma vez que o esforço financeiro feito à ocasião foi bem menor do que havia sido prometido inicialmente.