Economia

Em seminário, presidente da Petrobras diz que gosta de rock e tem tatuagem

postado em 30/10/2012 18:50
Acordar no meio da madrugada para fazer anotações e ir ao estádio de futebol sozinha são alguns dos hábitos da presidente da Petrobras, Graça Foster, revelados nesta terça-feira (30/10) ao falar sobre o perfil de mulheres em altos cargos durante o seminário Mulheres Reais que Transformam, no Rio.

Torcedora do Botafogo, ela também falou sobre a infância modesta, no Complexo do Alemão, na Penha, zona norte da capital fluminense, de suas preferências musicais, de Beatles e Janis Joplin, que gosta de ouvir quando consegue almoçar sozinha. ;Adoro rock;, disse, além de assumir ter tatuagens ;até em locais que a roupa não mostra;.

Uma das 20 mulheres mais poderosas do mundo, segundo a revista norte-americana Forbes, Graça declarou ainda que nunca sofreu constrangimento por ser a primeira mulher presidente de uma das mais importantes empresas do planeta. ;Talvez, por ter passado por todos os níveis, entrei muitas vezes na sala da presidência como diretora, como gerente. Hoje, quando sento na minha cadeira, vejo que o poder vem carregado de dever;, disse.

Do alto do seu 1,79 metro, ela se definiu como uma pessoa segura e avaliou que o desafio da presidência, para homens ou mulheres, chama-se responsabilidade. ;O poder vem quando é esperado que você dê o primeiro passo;.

Engenheira pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e economista, Graça, que começou na Petrobras como estagiária, aos 21 anos de idade, e era mãe de uma menina de 2 anos, disse que chora nos momentos íntimos, como qualquer pessoa, mas também xinga e dá broncas, quando necessário. ;É amor, carinho e cobrança;, ressaltou. ;Sou extremamente disciplinada. Trabalho e estudo muito até mesmo para uma conversa simples. Então, eu cobro, embora nem sempre seja nesse tom ;, completou.



[SAIBAMAIS] A liberiana Leymah Gbowee, Prêmio Nobel da Paz, em 2011, também falou durante o seminário. A ativista africana defendeu a necessidade de as sociedades enfrentarem estereótipos e sugeriu que mulheres bem sucedidas ;ajudem umas as outras;. ;Se você ocupou seu espaço, veja como pode ajudar outras mulheres a plantar seus pés firmes nesta terra e a exercer seu potencial;.

Em uma declaração contra o racismo, Leymah ressaltou que a cor de pele não pode ser motivo de discórdia e de violência. A ativista, de 40 anos, organizou, em 2002, protestos pacíficos para acabar com os conflitos na Libéria. Em um desses movimentos, ela levou as liberianas de todas as confissões religiosas a negar sexo aos homens até que cessassem os combates.

Organizado pela jornalista Ana Paula Padrão, o evento realizado hoje, no Rio, reuniu cerca de 500 participantes e discutiu o papel das mulheres na sociedade e direitos humanos.

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