Agência France-Presse
postado em 31/10/2012 11:34
Bruxelas - O desemprego na Eurozona aumentou a 11,6% em setembro, um recorde para o bloco, puxado pela Espanha, quarta economia da união monetária e com um índice de paralisação de 25,8%, anunciou a agência europeia de estatísticas, Eurostat."Na zona do euro, a taxa de desemprego corrigida pelas variações sazonais alcançou 11,6% em setembro de 2012, contra 11,5% em agosto", anunciou a Eurostat. Isto significa que 18,490 milhões de pessoas estavam sem trabalho neste mês nos 17 países que adotaram o euro. A Espanha - em recessão e que tenta superar a crise com cortes e medidas de austeridade - continua liderando a lista do desemprego, com um índice de 25,8%, contra 25,1% em agosto. De acordo com os dados oficiais do país, em setembro o desemprego foi de 25,02%.
Depois aparece a Grécia, com desemprego de 25,1%. O dado, no entanto, faz referência ao mês de julho. A falta de emprego afeta sobretudo os mais jovens. Em setembro, a taxa de desemprego nesta faixa etária era de 23,3%, contra 21,0% em setembro de 2011. Na Espanha, o governo de Mariano Rajoy se comprometeu a reduzir o enorme déficit público e adotou um ambicioso programa de austeridade para cortar 150 bilhões de euros entre 2012 e 2014.
[SAIBAMAIS]As medidas, assim como em outros países afetados, incluem aumento de impostos, cortes de salários dos funcionários públicos, reduções do seguro-desemprego e menos gastos em setores como saúde e educação. Até o momento, no entanto, as medidas apenas agravaram a recessão e o desemprego. Além disso, a política de austeridade aumentou o descontentamento social nos países mais abalados pela crise. Os países menos afetados pelo desemprego na Eurozona são Áustria (4,4%), Luxemburgo (5,2%), Alemanha e Holanda (5,4%).
A crise da dívida europeia - que começou na Grécia em 2010 e depois atingiu Irlanda, Portugal, Chipre e Espanha - devastou a confiança empresarial e, com isto, a criação de novos postos de trabalho. Na União Europeia, formada por 27 países, o desemprego manteve o nível recorde de 10,6%, com 25,751 milhões de pessoas sem trabalho em setembro. Ao mesmo tempo, a Eurostat anunciou que a inflação em outubro na Eurozona ficou em 2,5%, o que significa que pelo 23; mês consecutivo o índice superou a meta de 2% estabelecida pelo Banco Central Europeu (BCE).