A auxiliar de serviços gerais Júlia Viana, 54 anos, gasta, a cada dois meses, pelo menos R$ 1 mil para renovar o guarda-roupa próprio, dos filhos e das duas netas. Com um salário modesto, que preferiu não revelar, ela reconhece que a despesa, mesmo parcelada, pesa no orçamento. Mas considera o gasto como indispensável. ;Mesmo pesando no fim do mês, é essencial se manter bem vestido hoje em dia. Quero que minhas netas estejam sempre bonitas;, afirma.
São pessoas como Júlia que têm movimentado o comércio de vestuário brasileiro. Com acesso ao crédito, a classe C se tornou a menina dos olhos do varejo. De acordo com pesquisa divulgada pelo Instituto Data Popular, esse grupo de consumidores representa 46% dos gastos e está disposto a colocar a mão no bolso neste ano. A previsão é de gastos de R$ 55,7 bilhões, R$ 10,2 bilhões a mais do que a estimativa prevista para as classes A e B.