Protestos na Espanha, embates entre polícia e manifestantes na Grécia e em Portugal, revolta na França, na Itália e na Inglaterra. As cenas violentas que têm corrido ; e assombrado ; o mundo mostram que os problemas detonados há quatro anos, pelo estouro da bolha imobiliária dos Estados Unidos, estão longe do fim. Muito pelo contrário. Mantido o atual quadro de desemprego elevadíssimo ; um em cada dois jovens espanhois estão sem trabalho ;, de cortes de salários e aposentadorias, de desmonte do estado de bem-estar social europeu construído ao longo de décadas, a terceira onda de turbulências está prestes a varrer o planeta. E, desta vez, serão as questões sociais a dar o tom da crise.
;Em vários países europeus, a situação é dramática e são mínimas as chances de recuperação a curto e a médio prazos;, diz o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa. ;Infelizmente, depois de duas ondas de crise, esperava-se uma reação da economia mundial. Mas não é isso o que estamos vendo;, ressalta. A primeira onda de problemas envolveu os bancos. O estouro da bolha imobiliária nos EUA levou para o buraco o gigante Lehman Brothers, que arrastou instituições financeiras de várias parte do globo. A segunda, engolfou os governos que, para evitar o desastre total, socorreram os bancos a um custo pesadíssimo e, agora, estão atolados em dívidas monstruosas e, para fechar as contas, sacrificam os trabalhadores.