Economia

Governo busca retomada dos investimentos produtivos para manter crescimento

postado em 05/11/2012 08:18
Apesar de todo o alarde do governo, de que a economia já está crescendo a um ritmo anualizado de 4%, nos bastidores a preocupação é grande. Se as medidas de estímulos anunciadas pelo Ministério da Fazenda conseguiram manter, quase intacta, a expansão do consumo das famílias, o mesmo não se pode dizer dos investimentos produtivos, completamente travados e insensíveis aos apelos da presidente Dilma Rousseff. Mesmo com a taxa básica de juros (Selic) em 7,25% ao ano, o menor nível da história, o empresariado não mostra disposição de botar para fora o ;instinto animal;. Diante das incertezas que rondam o país e a economia global, o capital prefere manter nas gavetas os projetos para ampliação das fábricas. Desatar esse nó e resgatar a confiança dos investidores tornaram-se a principal missão da equipe econômica.

O quadro é desalentador. Mesmo com os diversos incentivos estatais concedidos, por meio de desonerações do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para materiais de construção, eletrodomésticos, carros e até máquinas e equipamentos, a chamada Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) fechará este ano com queda de pelo menos 2,2% ante 2011, segundo cálculos do Banco Central. Será o segundo tombo em apenas quatro anos. A se confirmar tal retração, a taxa de investimento em relação do Produto Interno Bruto (PIB) ficará abaixo de 18%, patamar inviável para uma economia que ambiciona expansão acima de 4% ao ano sem pressões inflacionárias.

Pelos cálculos de um integrante da equipe econômica, não haverá salvação para os investimentos, ainda que os empresários decidam desengavetar projetos nesta reta final do ano. ;Hoje, a tendência dos investimentos produtivos é de fechar em queda. Somente uma mudança muito forte nos desembolsos das empresas reverteria esse quadro. Mas não é o que estamos vendo;, admite. É por essa razão, reforça outro técnico do governo, que já se começa a falar em PIB de 3% ou menos em 2013, o que será um problema para a presidente Dilma, pois tenderá a se consolidar a visão de que o Brasil retomou o seu histórico voo de galinha.

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