postado em 12/11/2012 08:26
Na visão do governo, ainda é cedo para uma avaliação mais detalhada dos efeitos das medidas de estímulo à indústria. Integrantes da equipe econômica lembram que apenas três setores se beneficiaram por um período suficientemente longo, de nove meses: automóveis, móveis e linha branca. Os outros foram contemplados mais tarde e ainda não puderam absorver os estímulos. ;É natural que em um primeiro momento as desonerações ajudem a aumentar a margem mas, em um segundo momento, quando a empresa decidir reinvestir parte do lucro, isso vai se transformar em ampliação de emprego e produção;, defende um técnico que pede quer ser identificado. Na visão dele, houve redução do prejuízo, não avanço do lucro. ;No mercado externo nossos preços também já estão mais competitivos;, acrescenta.
Segundo especialistas, enquanto a indústria não cresce e os investimentos não deslancham, não há como garantir uma taxa robusta para o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas em um ano). ;O crescimento parece mais fraco do que o esperado para este trimestre e aponta para um ritmo mais lento no próximo ano. As empresas ainda estão cautelosas, adiando seus planos de investimento;, explica o economista chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn. ;Elas permanecem preocupadas com o cenário internacional e com a consistência da recuperação doméstica;, completa.
Para a sócia da Gibraltar Investimentos Zeina Latif, o problema das empresas industriais não está na dificuldade de vender, mas na competitividade. Ela explica que o custo da mão de obra e a péssima infraestrutura do país têm travado a indústria. ;O problema está no lado da oferta, não da demanda;, acrescenta.O economista José Márcio Camargo faz avaliação semelhante. ;Sem investimento, não há como crescer;, sentencia. Eles, porém, afirmam que o governo compreendeu essas questões e deu os primeiros passos na direção de amenizar esses problemas.