Economia

Ministros da Eurozona estudam como reduzir a dívida da Grécia

Agência France-Presse
postado em 12/11/2012 17:18

Bruxelas - Os ministros de Finanças da Eurozona buscam nesta segunda-feira (12/11) maneiras para tornar viável a postergação em dois anos para que a Grécia cumpra suas metas de déficit, sem que o país tenha que desembolsar mais dinheiro, o que significaria um peso a mais para sua dívida.

O relatório da troika dos principais credores da Grécia (Fundo Monetário Internacional, União Europeia e Banco Central Europeu) já está sobre a mesa e será analisado pelos ministros do Eurogrupo, reunidos em Bruxelas.

Segundo o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, a análise preliminar do relatório é positiva e Juncker inclusive elogiou o fato de o país ter cumprido com suas promessas.

"Contudo, precisamos de alguns esclarecimentos, principalmente no que diz respeito à sustentabilidade da dívida grega e como fará o país para se autofinanciar, e isso é o que faremos durante a reunião de ministros das Finanças nesta segunda-feira, em Bruxelas", afirmou.

O Parlamento grego adotou no domingo (11/11) o orçamento para 2013, que inclui uma economia de 9,4 bilhões de euros, reivindicado pela UE e pelo FMI.

Mais de 150 dos 300 deputados apoiaram o projeto de orçamento, incluindo os legisladores dos três partidos da coalizão governamental que inclui a direita, os socialistas e a esquerda democrática, cumprindo assim uma etapa considerada necessária para continuar recebendo os empréstimos outorgados à Grécia pela União Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional.

Durante o debate que antecedeu a votação, o ministro das Finanças, Yannis Sturnaras, disse que a aprovação do orçamento garante a entrega dos fundos.

Contudo, o Eurogrupo "não prevê um acordo" com a Grécia para o desbloqueio de 31,2 bilhões de euros, conforme confirmou Juncker. Esses fundos, pendentes desde junho, correspondem a um lote das duas linhas de crédito de um total de 240 bilhões de euros concedidos ao país para evitar uma suspensão dos pagamentos.

O problema é que a Eurozona se pergunta agora como poderão as autoridades gregas cumprir com as reformas e devolver os fundos, em meio a uma profunda recessão que deve continuar no ano que vem pelo sexto ano consecutivo.

Principalmente porque os países europeus estão de acordo agora em conceder ao país uma prorrogação de dois anos para cumprir com a meta de déficit inferior a 3%, mas não querem injetar mais capital no país.

Grécia precisará de 32,6 bilhões de euros caso seja estendido por mais dois anos o prazo para o país cumprir com sua meta de déficit de 3% (que seria estabelecida em 2016 no lugar de 2014), disse nesta segunda-feira o relatório da troika (UE, FMI, BCE), do qual a AFP obteve uma cópia.

[SAIBAMAIS]Segundo a troika, as necessidades de financiamento da Grécia serão elevadas a 15 bilhões de euros até 2014 e a 17,6 bilhões até 2016, mas esses valores estão sujeitos a mudanças, disse o relatório. Sem a extensão de prazo, a necessidade de financiamento seria de 22,900 bilhões de euros até 2016.

"Uma extensão de dois anos não deve ser vista como uma flexibilização do programa de reformas e ajustes" exigido a Atenas, diz o relatório.

"Temos que encontrar soluções criativas", disse a ministra austríaca, Maria Fekter, em sua chegada a Bruxelas para uma reunião de ministros de Finanças da Eurozona na qual avaliarão o relatório da troika dos principais credores da Grécia.

Nesse sentido, serão examinadas várias propostas, mas a mais provável é a redução das taxas de juros dos empréstimos já concedidos à Grécia, após as duas linhas de crédito dos credores de 240 bilhões de euros.

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