postado em 14/11/2012 11:27
Rio de Janeiro - As 33.320 empresas de alto crescimento (EAC) - aquelas que aumentaram em 20% ao ano o número de empregados por um período de três anos - existentes em 2010 no país respondiam por 5 milhões de pessoas ocupadas e chegaram a pagar R$ 88 bilhões em salários e outras remunerações naquele ano. Os dados constam da pesquisa Estatísticas do Empreendedorismo 2010 que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga nesta quarta-feira (14/11) produzida a partir dos resultados do Cadastro Central de Empresas (Cempre). Em 2010, o Brasil registrava 4,5 milhões de empresas ativas.O gerente da pesquisa, Cristiano Santos, destacou a importância das empresas de alto crescimento para a economia brasileira. ;São empresas muito especiais, na medida em que são poucas comparativamente ao número de empresas ativas, mas emprega muita gente e responde por uma fatia significativa do salário pago;, disse à Agência Brasil. Os dados levantados pelo IBGE indicam que as mais de 33 mil empresas de alto crescimento, embora representassem apenas 1,6% do universo de empresas existentes, respondiam por 15% do total de salários pagos em 2010. ;Só para que se tenha uma ideia da importância dessas empresas para a economia brasileira, de 2008 para 2010, elas geraram 3,2 milhões dos 5,4 milhões de empregos criados no período. E isto equivale a cerca de 60% dos empregos gerados ; o que não é pouco;, ressaltou.
O IBGE ressaltou ainda que elas respondiam por 7,9% do total de empresas com dez ou mais pessoas assalariadas existentes em 2010. ;Do ponto de vista do emprego, não há dúvidas da importância das empresas de alto crescimento, que podem ser consideradas a mola mestra da economia brasileira no quesito mão de obra;, destacou Santos.
Ainda segundo a pesquisa, o número de empresas de alto crescimento orgânico (EAC orgânico) aumentou 7,1%, entre 2009 e 2010, atingindo 32.863. Apesar desse crescimento, o número de pessoal ocupado assalariado caiu 0,9% de um ano para o outro ; passando de 4,4 milhões para 4,3 milhões em 2010. Diferentemente das empresas de alto crescimento, é considerada EAC orgânico aquela em que o aumento de pessoal ocupado assalariado se deu por meio de contratações e não por fusões ou incorporações de empresas.
Essas empresas de alto crescimento orgânico representavam, em 2010, 1,5% do total dos estabelecimentos com pelo menos uma pessoa assalariada. Elas também eram responsáveis pela ocupação de 4,3 milhões de assalariados e pagavam R$ 67 bilhões em salários e outras remunerações.
A pesquisa comprovou ainda que as cinco atividades econômicas que mais criaram ocupações nas EAC orgânicas foram: indústrias de transformação (568,8 mil); atividades administrativas e serviços complementares (553,7 mil); construção (551,0 mil); comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (420,6 mil); e transporte, armazenagem e correio (204,1 mil). Cerca de 70% das EAC orgânicas concentravam-se nas regiões Sudeste e Sul em 2010, com o Sudeste detendo o maior percentual de empregados (52,9%). O Nordeste apareceu em segundo lugar no número de pessoal, responsável por 19,7% dos empregados, seguido pelo Sul, com 14,9%.