Economia

Crise europeia é mais política do que econômica, afirma chanceler espanhol

Agência France-Presse
postado em 16/11/2012 12:26
O ministro das Relações Exteriores, José Manuel García-Margallo, pede uma  política monetária centralizada para ajudar a resolver a crise
Cádiz - A crise da dívida que afeta o sul da Europa "é uma crise política", provocada pelo fato da união monetária não ter sido acompanhada de uma união financeira e fiscal e, portanto, necessita de uma "solução política", afirmou nesta sexta-feira (16/11) o chanceler espanhol na cúpula de Cádiz.

Na Europa, "adotamos uma moeda única, mas não adotamos um mercado financeiro integrado, nem um governo econômico", afirmou o ministro das Relações Exteriores, José Manuel García-Margallo, explicando as razões da crise que atinge países como Espanha, Portugal e Grécia, em um fórum empresarial reunido à margem da XXII Cúpula Ibero-americana.

"Nós acreditamos que essas ausências poderiam ser preenchidas com uma política monetária centralizada", mas o resultado foi uma taxa de juros única que proporcionou crédito fácil e consequentemente o surgimento de bolhas imobiliárias, cuja explosão afundou as economias, acrescentou.

Agora, "com absoluta irresponsabilidade, fala-se da saída de um país do euro", ressaltou, em referência ao caso grego, lamentando que isso levará "os investidores a desconfiar de nossa vontade de permanecer juntos". "A crise na Europa não é uma crise econômica, é uma crise política, e a solução é política", declarou García-Margallo, que exigiu medidas na da zona do euro.

[SAIBAMAIS]"O Banco Central (europeu, BCE) deve continuar a fazer empréstimos ilimitados", deve "lançar uma união bancária" e estabelecer um "mecanismo de resolução de crises comum, porque o colapso de um parceiro afeta o grupo como um todo", afirmou. Além disso, "deve haver uma última trincheira, um mecanismo de resgate que coloque o dinheiro público, se o anterior não for o suficiente, para sair do problema", acrescentou.



Mais uma vez em recessão, desde o final de 2011, apenas dois anos depois de a deixar, a economia espanhola não consegue evitar ser afetada pelo alto custo de financiamento dos mercados, um desemprego de 25%, um setor imobiliário sinistrado e um bancário em plena reestruturação. Neste contexto, o governo espanhol, que lançou uma política de austeridade draconiana, está sob pressão para buscar um resgate de sua economia.

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