Economia

Greve contra Kirchner paralisa toda a capital Buenos Aires

Agência France-Presse
postado em 20/11/2012 23:01
Buenos Aires - A greve nacional convocada pelas centrais sindicais contra a presidente argentina, Cristina Kirchner, gerou nesta terça-feira (20/11) sérias dificuldades no transporte urbano e aéreo e bloqueou acessos estratégicos a Buenos Aires.

A paralisação para exigir aumentos salariais e a redução de impostos interrompeu o serviço de trens na periferia de Buenos Aires, uma das sete linhas do metrô da capital e algumas rotas de ônibus urbanos.

Todos os voos do aeroporto metropolitano Jorge Newbery, domésticos e para países vizinhos, foram suspensos nesta terça, com a companhia chilena Lan cancelando sete "voos regionais procedentes ou para São Paulo, Lima e Santiago.

A maioria dos piquetes de trabalhadores e militantes de esquerda bloqueou os principais pontos de acesso a Buenos Aires, mas a medida foi suspensa no início da tarde.



O protesto paralisou o trânsito nas principais avenidas e estradas em torno da capital, incluindo a que leva ao Aeroporto Internacional de Ezeiza.

[SAIBAMAIS]"Hoje não foi uma greve ou uma paralisação, sequer um piquete, queriam nos dar uma prensa, uma ameaça", reagiu a presidente Cristina Kirchner em um ato na localidade de San Pedro, na periferia de Buenos Aires.

"O direito à greve é sagrado, mas cada trabalhador também tem o direito de escolher o que vai fazer".

"Vou bancar o que for preciso bancar. Nada me afeta, principalmente ameaças", disse Kirchner prometendo não ceder aos grevistas.

Um dos líderes do protesto, Pablo Micheli, disse que a greve geral "foi um sucesso em todo o país".

O centro de Buenos Aires ficou quase deserto, com raros pedestres e veículos, muitas lojas fechadas e bancos sem atendimento ao público, enquanto grupos de militantes se deslocavam pela tradicional avenida Corrientes ameaçando motoristas.

O vice-ministro de Segurança, Sergio Berni, denunciou que proprietários de restaurantes foram "intimados (por grevistas) a fechar suas portas na Avenida de Mayo, muito visitada por turistas no centro da capital.

"Se abrirmos quebram tudo", disse à AFP uma funcionária do McDonald;s, enquanto a TV local mostrava vidros quebrados em uma loja da rede americana Starbucks no centro da capital.

"A paralisação é real. Muitos negócios estão fechados e os bancos não atendem" ninguém, disse o garçom Eugenio à AFP em um bar da região de Almagro, bairro típico da classe média.

A greve geral, a primeira contra a presidente Kirchner, foi convocada pelo setor da dividida Central Sindical Peronista CGT liderado por Hugo Moyano, do poderoso sindicato dos caminhoneiros, e por uma corrente da Central de Trabalhadores Argentinos (CTA) que abriga funcionários públicos.

Outras correntes da CGT e da CTA são alinhadas à presidente Kirchner.

A economia argentina cresceu apenas 2,1% entre janeiro e setembro de 2012, contra a média de 8% registrada entre 2003 e 2011.

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