Agência France-Presse
postado em 21/11/2012 15:26
Londres - O primeiro-ministro britânico, David Cameron, viaja na quinta-feira (22/11) à Bruxelas para uma reunião de alto risco sobre o orçamento plurianual da União Europeia (UE), pressionado por seu país para que adote uma postura dura, o que pode deixá-lo isolado de seus sócios europeus.Cameron ameaçou usar o veto se não conseguir pelo menos um congelamento em termos reais - ou um aumento limitado da inflação - do orçamento para o período 2014-2020 nos dois dias de reuniões do conselho europeu extraordinário. Contudo, a maioria dos deputados, em uma aliança entre a ala anti-europeia de seu Partido Conservador motivada pela crise e trabalhistas críticos de sua gestão, lhe pediu para exigir cortes a seus sócios.
Existe ainda a questão do chamado "cheque britânico", o desconto negociado pelo governo nos anos 1980 para compensar o Reino Unido pelos subsídios agrários que outros países da UE recebem. Cameron prometeu, nesta quarta-feira (21/11) no parlamento, "lutar esta semana por um bom acordo", e reiterou sua oposição a qualquer modificação deste desconto, que em 2011 aumentou em 3,6 bilhões de euros, para uma contribuição líquida final de 7,3 bilhões, segundo cifras oficiais.
"O desconto negociado por Margaret Thatcher é uma parte incrivelmente importante da posição britânica na Europa e de garantir que chegamos a um acordo justo", disse na Câmara dos Comuns, sobre esta possibilidade mencionada na última proposta do presidente da UE, Herman van Rompuy.
A postura defendida por Cameron é, contudo, minoritária, inclusive entre os contribuintes do orçamento que mantêm diferenças com os países que, como a Espanha, não querem perder suas ajudas.
Alguns a consideram pouco solidária na conjuntura econômica atual. O presidente francês, François Hollande, criticou esta semana, sem mencionar o Reino Unido, os países que "vêm buscar seu cheque, seu desconto e seu câmbio porque a ideia que têm da Europa é a de obter exatamente o que pagaram".