postado em 22/11/2012 11:44
O presidente do Banco Centrall (BC), Alexandre Tombini, disse nesta quinta-feira (22/11) que a valorização do dólar frente ao real decorre do agravamento da crise global, e as consequências que fenômenos externos têm provocado sobre as taxas de câmbio em todo o mundo. ;O dólar ganhou valor em relação à várias moedas recentemente, e não foi diferente em relação ao Brasil;, justificou-se o presidente do BC durante audiência pública na Comissão Mista do Orçamento, na Câmara Federal.Na quarta-feira (21/11), o dólar encerrou o pregão novamente em forte alta. A moeda norte-americana fechou o dia em R$ 2,09, perto da marca informal de R$ 2,10, com o mercado testando um limite do BC. Para Tombini, o movimento deverá continuar a se repetir caso o movimento dos mercados seja de alta, já que o BC não tem interesse que a taxa de câmbio seja de baixa, ou de alta.
Nesse sentido, ele reiterou que a autoridade monetária não tem qualquer patamar predefinido para o câmbio, uma referência ao termo ;câmbio flutuante sujo; que foi cunhado pelo mercado para explicar a interferência do governo sobre as cotações do dólar no mercado interno. ;O que eu tenho dito reiteradas vezes é que nós não temos uma meta de câmbio, temos um câmbio flutuante;, afirmou o presidente do BC.
[SAIBAMAIS]Apesar de reiterar a flutuação natural da moeda, Tombini disse que a autoridade monetária está atenta a qualquer movimento preocupante que a divisa possa ter. ;O Banco Central está sempre pronto para fazer com que o mercado funcione na normalidade;, disse. Ele avaliou também que a recente alta da cotação da moeda se deve à uma maior procura pela divisa neste período do ano, o que independe da atuação ou não do BC. ;No fim do ano há sempre uma demanda maior de dólares, movimento que tende a se reverter ao longo dos próximos meses;, concluiu.
Mais uma vez, o presidente do BC concluiu que a autoridade monetária não trabalha com qualquer meta para o câmbio. ;Nós temos tomado precações para que isso não ocorra (uma desvalorização excessiva do dólar frente ao real), mas nós não temos qualquer banda, informal ou formal dessa moeda. O BC não defende qualquer taxa de câmbio;, disse. Tombini reforçou que uma das metas do BC é ;evitar que o real vire moeda de valorização muito além dos seus fundamentos;.