Economia

Plano de ação mundial quer evitar futuro déficit na oferta de cacau

Agência France-Presse
postado em 23/11/2012 20:27
Abidjan - Os participantes da primeira Conferência Mundial do Cacau, reunidos em Abidjan, ajustaram esta sexta-feira (23/11) "uma agenda global", destinada a evitar um futuro déficit na oferta do fruto, temido pela indústria.

Esta agenda, divulgada no encerramento da conferência, iniciada na terça, tem como objetivo garantir uma economia cacaueira "sustentável", mediante um "plano de ação para dez anos", tanto na produção, quanto na indústria, nos governos e no consumo.

No documento pediu-se aos países produtores "para elaborar e aplicar planos nacionais de desenvolvimento cacaueiro, com base em associações entre o setor público e privado locais".

Este tipo de plano nacional, "bússula da economia cacaueira" para um país, "deve ser formulado de forma transparente e participativa com todas as partes", explicou durante entrevista coletiva ao final do encontro Jean-Marc Anga, diretor-executivo da Organização Internacional do Cacau (ICCO), que celebrou sua reunião na Costa do Marfim, primeiro produtor mundial.

Segundo Anga, trata-se de evitar um "déficit estrutural" da oferta com relação à demanda nos próximos anos.

A indústria teme o déficit por causa da forte e persistente demanda em Europa e América do Norte - os dois maiores consumidores - e em plena expansão em países emergentes, como Brasil, Índia e China.

O documento final preconiza que os planos nacionais devem tratar de transformar as explorações cacaueiras em empresas comerciais modernas, gerando "renda equitativa", uma vez que muitos camponeses vivem na pobreza.



A produtividade e a qualidade também devem aumentar mediante a modernização de técnicas e equipamentos, respeitando o meio ambiente.

A Costa do Marfim representa sozinha 35,6% da produção mundial de cacau, com 1,41 milhão de toneladas dos 3,962 milhões esperados para a safra de 2011-2012, acima de Gana (21,7%) e Indonésia (12,1%).

A África representa 70,3% do mercado mundial, seguida da América Latina (15,4%) e de Ásia e Oceania (14,3%).

A próxima conferência mundial sobre cacau será celebrada em 2014 na Holanda.

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