Agência France-Presse
postado em 26/11/2012 16:05
Bruxelas - A injeção de capital para os quatro bancos espanhóis nacionalizados (Bankia, Caixa Catalunya, Novagalícia e Banco de Valencia) será de 37 bilhões de euros, a quase totalidade do empréstimo destinado ao setor financeiro espanhol, de "40 bilhões de euros", afirmou nesta segunda-feira (26/11) o ministro da Economia espanhol Luis de Guindos.O ministro fez o anúncio dois dias antes de o vice-presidente da Comissão e titular de Competitividade, Joaquín Almunia, apresentar o plano de resgate do asfixiado setor bancário espanhol.
O programa detalhará as condições que devem ser aplicadas para cada uma das quatro entidades, assim como o capital definitivo que cada uma delas deve receber.
Será preciso somar os fundos que serão destinados ao "banco podre", que acumulará os ativos tóxicos dos bancos espanhóis, e para as entidades que não estejam controladas pelo estado e que precisam de capital.
O ministro evitou dizer quantas demissões e fechamentos de unidades serão necessários para que a Comissão Europeia torne efetiva a reestruturação dessas entidades, mas deixou claro que os bancos disporão de um prazo de cinco anos para aplicar as reduções do porte exigido por Bruxelas.
A Eurozona não aprovou ainda um Sistema Supervisor Financeiro, sob a égide do Banco Central Europeu, condição imprescindível para dar sinal verde à recapitalização direta dos bancos, sem passar pelos Estados.
Neste caso, o empréstimo da Eurozona aumentará a dívida do país, mas o ministro espanhol Luis de Guindos minimizou o impacto, que seria de cerca de 3,5% - ou um pouco mais - do Produto Interno Bruto (PIB) da Espanha".
As condições - que estarão incluídas no plano de reestruturação que será divulgado na quarta-feira - estarão contempladas no MoU (Memorando de entendimento) entre Espanha e Bruxelas. "Creio que não haverá nenhuma surpresa a respeito", disse o ministro.
Madri obteve em junho uma linha de crédito de até 100 bilhões de euros por parte de seus sócios da Eurozona para sanear seus bancos, alguns dos quais tiveram que sofrer intervenção para escapar da quebra, como Bankia.
Entre as condições para a ajuda figurava a criação de um banco pode, que extrairá bilhões de ativos tóxicos dos balanços das entidades espanholas.
Os primeiros serão os bancos nacionalizados, que venderão o banco podre em dezembro 45 bilhões de euros de ativos, incluindo o rebaixamento, segundo o Banco de Espanha.
O sistema financeiro espanhol recebeu um virulento golpe após o estouro da bolha imobiliária em 2008. E, segundo os analistas, a recessão em 2012 e 2013 deve ser mais forte que a prevista pelo governo, o que aumentaria ainda mais os créditos duvidosos que pesam sobre os passivos dos bancos, principalmente créditos imobiliários suscetíveis de não serem devolvidos após terem alcançado em setembro um novo recorde de 182,226 bilhões de euros.