postado em 30/11/2012 17:38
O aumento de 0,6% da atividade econômica, de julho a setembro, comparado ao trimestre anterior, acena com uma melhora em relação aos aumentos de 0,2%, de janeiro a março, e de 0,1%, de abril a junho; mas, frustrou expectativas, e é revelador de que a economia não tem força, pelo menos nessa etapa inicial em que mostra algum sinal de recuperação da estagnação que durou mais de um ano.O diagnóstico foi divulgado em nota do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) tão logo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), soma dos bens e serviços produzidos pelo país no trimestre passado. A análise qualitativa do Iedi destaca o ;baixo dinamismo econômico; no período analisado, e ressalta que o que mais contribuiu para o PIB foi a queda acentuada das importações de bens e serviços, quando se esperava mais do consumo doméstico e dos investimentos.
De acordo com o Iedi, a fraca recuperação da economia brasileira é determinada, principalmente, pelo comportamento do investimento, que teve grande declínio na indústria, em meses passados, e melhor desempenho de julho a setembro, quando cresceu 1,1%, ante -1,8% no trimestre anterior. O declínio anterior contagiou, porém, outros setores da economia, e apesar da melhora recente ainda ;é cedo para que isso tenha reflexo nas decisões de investir dos empresários;.
Quem sustentou o crescimento do PIB em grande parte foi o setor agropecuário, que avançou 2,5% no trimestre passado, comparado ao segundo trimestre do ano, e aumentou 3,6% em relação ao mesmo período de 2011. Resultado movido especialmente pelo bom desempenho das colheitas de café e milho, que cresceram 14,5% e 27,1%, respectivamente, segundo a presidente da Confederação da Agricultura e da Pecuária Brasileira (CNA), senadora Kátia Abreu (PDS-TO).
[SAIBAMAIS]Ela lembrou, contudo, que o desempenho da agropecuária no terceiro trimestre foi menor que os 4,6% de crescimento no trimestre anterior, em virtude da entressafra agrícola. Período em que as atenções do produtor rural estavam voltadas, segundo ela, para o planejamento da safra 2012/2013, que está sendo plantada.
Pela ótica do economista Fábio Bentes, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o ;fraco resultado; divulgado hoje pelo IBGE não garante crescimento expressivo do PIB em 2013. Acredita, porém, que a atividade econômica marcha para uma expansão de 1,5% este ano, empurrada pela agropecuária, pelo consumo das famílias e pela atividade comercial, que cresceu 0,4% no trimestre passado, comparado ao trimestre anterior, e 1,2% em relação a igual período de 2011.