Estado de Minas
postado em 05/12/2012 06:34
O Conselho de Administração da Cemig, em reunião realizada no início da tarde de terça-feira (4/12), desistiu de renovar concessões de 18 hidrelétricas operadas pela Empresa e que foram abrangidas pela MP 579. A Cemig vai convocar, para os próximos dias, uma Assembleia Geral Extraordinária com o objetivo de referendar a decisão tomada pelo Conselho.O Conselho de Administração da Cemig autorizou apenas a Empresa a prorrogar, por 30 anos, com o Ministério das Minas e Energia, o contrato para operar e manter os ativos de transmissão em poder da Cemig Geração e Transmissão. O novo contrato entre a Cemig GT e o Ministério das Minas e Energia engloba praticamente todos os ativos de transmissão da Empresa, que somam aproximadamente 5 mil km de linhas de transmissão além de dezenas de subestações
A Diretoria da Cemig diz que pretende contribuir com o Governo Federal no que diz respeito a reduzir as tarifas de energia elétrica para o consumidor brasileiro. ;Desde o primeiro momento, fomos a favor do programa do Governo Federal de reduzir o custo da energia para a população e a indústria. Por isso, estamos contribuindo em aceitar as novas regras para a transmissão. Entretanto, no que diz respeito à geração, após todas as análises criteriosamente realizadas não foi possível aderir;, explicou o presidente da Cemig, Djalma Bastos de Morais.
De acordo com o presidente da Cemig, a maioria dos ativos abrangidos pela MP 579 tem mais de 40 anos de operação. ;Sempre a Cemig foi reconhecida com o cuidado na operação desses ativos. Algumas usinas têm mais de 60 anos de existência. Operamos esses ativos de geração com todo o zelo no sentido de oferecer segurança e qualidade nos serviços. Entretanto, as novas regras colocadas pelo Governo não nos asseguram condições como sempre fizemos nos 60 anos de existência da Empresa;.
Djalma Bastos de Morais lembra os desafios de operar hidrelétricas em função da necessidade de cumprir condicionantes com os órgãos de regulação, as comunidades que vivem no entorno dos reservatórios e entidades e órgãos ambientais, além do mercado abastecido por essa geração. ;A soma do perímetro dos lagos formados em função das barragens das hidrelétricas da Cemig chega a mais de 8 mil km de extensão, o equivalente à costa brasileira. As hidrelétricas abrangidas pela MP 579 são responsáveis por quase 50% dessa grande área. Os contratos impõem às empresas toda a responsabilidade em função de problemas de operação, danos ambientais e outros. Isso significa que, mesmo tendo realizado um grande esforço no sentido de reduzir os custos operacionais, não temos como assumir o compromisso contratual de garantir uma operação de forma sustentável;, assinalou.
O presidente da Cemig disse não acreditar que o fato de a empresa não ter aderido com as suas usinas à MP 579 possa comprometer com as metas de redução das tarifas projetadas pelo Governo Federal. ;Desde o lançamento do programa, as autoridades do setor elétrico federal responsáveis pela sua elaboração fizeram questão em afirmar que a não adesão integral ao programa federal não afetaria a meta alvo de reduzir, em média, 20% das tarifas;, explicou.
O sistema de transmissão da Cemig é estratégico para o Sistema Integrado Nacional (SIN) controlado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em função da posição estratégica, perto dos centros de cargas de São Paulo e Rio, e entre as regiões Sudeste, Nordeste e Norte do Brasil.