Economia

Fundo de resgate europeu depositará em breve capital em bancos espanhóis

Agência France-Presse
postado em 05/12/2012 15:26
Luxemburgo - O fundo de resgate permanente (MEDE) se prepara para "depositar nos próximos dias" o resgate ao setor financeiro espanhol, de 39,5 bilhões de euros, afirmou em um comunicado divulgado nesta quarta-feira (5/12).

"O MEDE (Mecanismo Europeu de Estabilidade) irá transferir nos próximos dias ao fundo público espanhol de ajuda aos bancos o capital para recapitalizar os bancos espanhóis", afirmou o diretor do fundo de resgate, Klaus Regling.

"Esta é a primeira ajuda financeira fornecida pelo MEDE. É um acontecimento importante, já que marca a estreia do MEDE em seu papel de mecanismo de resgate permanente para a Eurozona", disse.

Desta soma, 37 bilhões de euros serão utilizados para recapitalizar os bancos nacionalizados (Bankia, Catalunya Caixa, Novacaixagalicia e Banco de Valencia). Os 2,5 bilhões restantes serão destinados a financiar o chamado "banco podre" ou Sareb, a sociedade encarregada de gerir os ativos tóxicos imobiliários dos bancos espanhóis.

O Eurogrupo autorizou na segunda-feira o desembolso desses fundos, último passo do procedimento para recapitalizar os asfixiados bancos do país.

O Bankia, a maior união de caixas de poupança, receberá 17,960 bilhões de euros, enquanto que a Catalunya Caixa obterá 9,080 bilhões de euros, Novagalicia, 5,425 bilhões, e Banco de Valencia, 4,500 bilhões de euros, disse o Ministério de Economia espanhol.

O restante dos bancos espanhóis, que não foram nacionalizados, precisam de um capital de 1,500 bilhão de euros por parte do fundo de resgate da zona do euro, anunciou nesta semana o ministro de Economia, Luis De Guindos.

Liberbank, Caja3, CEISS e BMN formam parte desse grupo, cujos planos de reestruturação serão aprovados dia 20 de dezembro pela Comissão Europeia.

Ou seja, os bancos espanhóis precisarão de uma injeção de capital de ao menos 41,5 bilhões de euros.



O procedimento acordado é que o MEDE entregue os fundos ao Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária (FROB), estatal, o que engrossará a dívida pública espanhola, apesar de o ministro espanhol não se cansar de repetir que será de maneira leve, já que só constitui "3,5% do PIB espanhol".

Sacudido pelo estouro da bolha imobiliária de 2008, o setor financeiro da quarta economia da zona do euro não conseguiu ainda reencontrar o caminho do crescimento, o que tem gerado uma onda de fusões e de compra das entidades mais frágeis, enquanto que as que não encontraram comprador foram nacionalizadas.

O pedido da ajuda ao Estado do Bankia, quarto banco espanhol por ativos, desencadeou em junho a concessão por parte da zona do euro de um crédito de até 100 bilhões de euros para resgatar ao asfixiado setor bancário espanhol.

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