Luiz Ribeiro/Estado de Minas - Enviado especial, Pedro Henrique Lobato
postado em 10/12/2012 08:13
João Monlevade (MG), Salgueiro (PE) e Crato (CE) ; Há três décadas guiando carretas abastecidas com diferentes grãos pelas estradas brasileiras, Milton Antônio Librelon, de 49 anos, passa semanas longe da família, em Montes Claros, no Norte de Minas. Se por um lado a profissão o impede de desfrutar mais tempo ao lado da mulher e dos dois filhos; por outro, a labuta na boleia o levou a conhecer, como poucos, a malha rodoviária do país: ;A estrutura, em muitos lugares, é a mesma desde quando comecei nessa carreira;. Sua crítica é reforçada por um estudo da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), o qual concluiu que 62,7% das vias pesquisadas em 2012 no Brasil apresentam algum tipo de deficiência. Em 2011, o percentual era de 57,4%.
Resultado: a precária condição dos corredores de trânsito implica no aumento do chamado custo Brasil e põe em risco a vida de motoristas e passageiros. Em média, ainda segundo a CNT, as deficiências na malha aumentam o gasto com transporte, em média, em 23% no país. Na Região Sudeste, esse percentual é de 19%. Ainda segundo a entidade, o valor da modernização da infraestrutura rodoviária é estimada em R$ 177 bilhões. Mas o aporte no setor é baixo. Para se ter ideia, o mesmo estudo revelou que o Brasil investe nessa estrutura o equivalente a 0,36% do seu Produto Interno Bruto (PIB). O ideal, defendem especialistas, é que fosse 1,2%.