Economia

Inflação oficial deve ficar em 5,6% em 2012, segundo coordenador da FGV

postado em 10/12/2012 16:08
Rio de Janeiro ; A taxa de inflação brasileira medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deverá situar-se em torno de 5,6% este ano, atingindo patamar ;não muito diferente disso no ano que vem;, disse nesta segunda-feira (10/12) o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getulio Vargas (FGV), Salomão Quadros. Ele participa, nesta segunda-feira, do Seminário Trimestral de Análise Conjuntural do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) , na sede da FGV, no Rio.

O resultado ficará, porém, dentro do intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo em relação à meta central fixada pelo Banco Central para a inflação em 2012, 2013 e 2014, de 4,5%. Segundo Quadros, ;escapar da meta não é um risco visível;. Ele acredita, por outro lado, que dificilmente a taxa poderá se aproximar ou convergir para o centro da meta. ;Acho muito pouco provável;.

A tendência, segundo ele, é que a inflação fique parecida e, quem sabe, até se eleve um pouco mais em 2013 que os 5,6% projetados para este ano. Contribuirá para isso o fato de a economia estar um pouco mais aquecida, mesmo que não seja ainda no nível desejado, avaliou. ;Diante do resultado fraco deste ano e das diversas medidas de incentivo que têm sido tomadas, não é possível que a economia não reaja alguma coisa;.

O economista trabalha com a perspectiva de retomada da indústria e dos serviços no próximo ano. A consequência será uma pressão sobre o mercado de trabalho, ;que já está no limite, com uma taxa de desemprego de 5,3%;, uma das mais baixas do mundo. ;Em comparação com qualquer país, o Brasil está em uma posição especial em matéria de mercado de trabalho;.



Advertiu que, por um lado, isso é bom, porque as pessoas estão empregadas, estão ganhando bem e se mostram satisfeitas. Por outro lado, estimou que no próximo ano a economia mais aquecida deverá refletir no mercado de trabalho. ;E isso vai representar uma pressão inflacionária adicional;.

O economista admitiu, no entanto, a possibilidade de haver algumas compensações, como uma desaceleração nos preços de alimentação, acompanhada da redução do custo da energia elétrica nas contas. ;Tudo isso pode compensar um pouco;. Em contrapartida, haverá certas incertezas, entre as quais um possível aumento da gasolina. ;Acho que a gente vai ter uma inflação, no mínimo, igual à deste ano;, concluiu.

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