postado em 11/12/2012 14:57
A presidente Dilma Rousseff disse, nesta terça-feira (11/12), que ;o corte radical de gastos;, feito pelos governos de países desenvolvidos, tem afetado as conquistas sociais alcançadas pela população após a 2; Grande Guerra Mundial. Segundo a presidente, a melhor saída para a crise é o caminho que busca aliar os necessários ajustes fiscais e o estímulo ao investimento e ao consumo.;Nós, países emergentes, demonstramos maior capacidade de recuperação, pois temos hoje uma maior estabilidade macroeconômica e não vacilamos em lançar mão de incentivos fiscais para reduzir os impactos da crise;, disse Dilma na abertura do Fórum pelo Progresso Social - O Crescimento como Saída para a Crise, em Paris. O evento foi organizado pelo Instituto Lula e pela Fundação Jean Jaur;s.
A presidente destacou a experiência latino-americana. ;Todos nós, da América Latina, que fomos submetidos a um grave ajuste ao longo de duas décadas, sabemos que o corte radical de gastos afeta não só a economia, mas, sobretudo, compromete o futuro de nossa gente;. Para ela, na Europa, os cortes ;têm afetado igualmente uma das maiores obras políticas do mundo, que foi a criação da União Europeia e da zona do euro;.
Para Dilma, a superação da crise pela União Europeia passa por muita cooperação, diálogo e compromisso dos governos - como defendeu o presidente da França, François Hollandé, antes do discurso da colega brasileira -, e também por uma união bancária, com um Banco Central com poderes para defender o euro, emitir títulos e emprestar recursos em última instância.
A presidente disse que a superação da crise também passa, necessariamente, pela construção de um novo mundo e que, dificilmente, haverá uma oportunidade para se tomar um caminho com ações mais progressistas e menos ortodoxas.
Apesar de os países emergentes estarem superando de forma menos traumática a crise, Dilma ressaltou que todos vivem em um mundo interconectado e entrelaçado e que as decisões tomadas em qualquer parte afetam a todos. ;Diante disso concordamos com o fato de que a opção preferencial por política ortodoxa, na maioria dos países desenvolvidos, não tem resolvido o problema da crise: nem seu aspecto fiscal nem seu aspecto financeiro. Pelo contrário, o que nós vemos é o agravamento da recessão, o aumento do desemprego, o aumento do desemprego entre os jovens, a desesperança e o desalento.;