Economia

Eurozona se reúne para discutir supervisor bancário em momento de tensão

Agência France-Presse
postado em 11/12/2012 16:41
Bruxelas - Os europeus buscarão superar suas diferenças para instalar um supervisor bancário para a zona do euro, primeiro passo pela união bancária do continente, e decidir se desbloqueiam uma parte da ajuda à Grécia, em um momento no qual o bloco tem uma nova ameaça: a instabilidade política na Itália.

Poucos dias depois de receber o Prêmio Nobel da Paz, os chefes de Estado e de Governo da União Europeia reúnem-se na quinta (13/12) e sexta-feira (14) em Bruxelas, para fortalecer a união monetária, que entrou em recessão no terceiro trimestre deste ano, após quase três anos de crise da dívida.

Contudo, o anúncio do primeiro-ministro italiano, Mario Monti, de que irá renunciar assim que aprovados os orçamentos italianos caiu como uma bomba na frágil Europa.

O anúncio foi suficiente para reativar os temores sobre a fragilidade da economia espanhola, com a pressão crescente do mercado na quarta maior economia da zona do euro e expôs a necessidade de a Espanha pedir um resgate.

"Quando há incertezas sobre a estabilidade política de um país próximo de nós como a Itália, somos imediatamente afetados, admitiu o ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos.

Após superar os 600 pontos neste verão, a taxa de risco espanhola tinha relaxado desde o anúncio feito pelo Banco Central Europeu (BCE) de um programa de compra de dívida dos países mais fracos.

Contudo, o BCE exige que os Estados façam um pedido formal de assistência para a zona do euro e a Espanha continua indecisa. Neste contexto, a chanceler alemã, Angela Merkel, disse que "não pode retirar o alerta" sobre a crise da zona do euro. "Estou cautelosamente otimista", disse o chanceler, em resposta às declarações do presidente francês, François Hollande, que disse que a crise do euro tinha "ficado para trás".

O Presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, emitiu um roteiro, com um calendário claro com três estágios que duram até 2014 - para "garantir a irreversibilidade" do euro, que será discutido durante o encontro.

A proposta, no entanto, reflete a visão da Alemanha, que rejeita qualquer mutualização comum de dívida, com Espanha e França defendendo a questão dos Eurobônus para construir a confiança na União Monetária.

Em uma semana cheia de reuniões, os ministros das Finanças europeus reúnem-se na quarta-feira para superar suas diferenças sobre mecanismo de supervisão bancária, tendo falhado as negociações na semana passada.

A Espanha se alinhou com França e Itália, para defender a criação rápida deste organismo fiscal único para os bancos europeus, pedra fundamental de recapitalização direta do setor financeiro, contra Alemanha, Suécia e o Reino Unido, que preferem ter tempo para resolver problemas técnicos .

Enquanto Berlim acredita que a supervisão do BCE deve se concentrar apenas sobre os grandes bancos, França, Itália e Espanha pretendem aprovar um sistema que se aplica ao conjunto dos bancos europeus, ou seja, as 6.000 entidades do continente.



As maiores diferenças foram levantadas entre os 17 países da zona do euro e os dez restantes da UE, que não querem ficar de fora.

Se o BCE, cumprindo seu papel de fiscal único, votar em nome dos 17 dentro da ABE (Autoridade Bancária Europeia), os 10 países fora do euro temem ser a minoria.

O Reino Unido, que abriga o maior centro financeiro da Europa, não está disposto a colaborar.

Os ministros das Finanças da zona do euro nesta quinta-feira discutiram o programa de recompra de dívida pública grega.

O sucesso deste programa depende de os ministros desbloquearem 34,4 bilhões de euros de ajuda a Atenas, algo esperado a meses.

A recompra da dívida grega detida por investidores privados foi prorrogada até terça-feira por não ter alcançado seu objetivo: a recompra de cerca de 30 bilhões de euros em obrigações para reduzir a dívida soberana do país, cumprindo o acordo com os seus credores: UE e FMI.

De qualquer forma, os analistas preveem que falta ainda muito para a crise terminar. "Entre as eleições alemãs (programado em setembro), as tensões sobre Espanha e Itália, podemos esperar um 2013 volátil", disse o especialista Sony Kapoor.

De qualquer forma, os analistas acreditam que falta ainda muito para que a crise termine. "Entre as eleições na Alemanha (previstas para setembro), as tensões sobre a união bancária e os problemas de Espanha e Itália (...) 2013 deve se apresentar volátil", opinou Sony Kapoor.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação