postado em 13/12/2012 06:02
Ainda que lentamente, uma mudança estrutural está se consolidando na distribuição de riquezas entre os municípios brasileiros. Esse quadro ficou evidente em 2010, quando a disparada dos preços do minério de ferro, graças ao consumo gigantesco da China, fez com que três municípios produtores engolissem parte do bolo então concentrado nas mãos das capitais. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Parauapebas (PA), com uma fatia de 0,4% no Produto Interno Bruto (PIB) nacional, Itabira (MG), com 0,2%, e Ouro Preto (MG), com 0,1%, fizeram com que o peso das capitais na riqueza caísse de 34,5% para 34%, o menor nível desde 1999.Segundo o economista Júlio Miragaya, economista e diretor de Gestão de Informações da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), enquanto os preços das chamadas commodities, sejam elas minerais ou agrícolas, estiverem em alta, os municípios produtores continuarão avançando, o que impulsionará o processo de desconcentração de renda do país. Trata-se de um importante movimento de interiorização do Brasil, iniciado há 15 anos. ;Existe um processo de relativa redução do peso do Sudeste no PIB e de melhoria relativa das regiões periféricas, como o Nordeste e o Centro-Oeste, o que é muito positivo. Há cidades do interior crescendo muito mais do que as capitais;, afirmou.