postado em 16/12/2012 12:27
Brasília ; Um ano depois, com o país sob novo comando, os novos líderes da Líbia querem mostrar que é possível intensificar parcerias e por em prática um modelo de democracia diferente do que havia nas quatro décadas em que a região era governada pelo ex-presidente Muammar Khadafi. O Brasil é um dos parceiros cortejados para ampliar os acordos nas áreas de construção civil, agrícola, bens de consumo e serviços.A avaliação é do presidente da Frente Parlamentar Brasil-Líbia, deputado Adrian Mussi (PMDB-RJ), que neste domingo (16/12) encerra a visita de uma semana a Trípoli e algumas cidades líbias. Adrian esteve com o presidente líbio, Mohamed Al Magarief, parlamentares e representantes da sociedade civil. ;É evidente o desejo de todos de construir uma nova Líbia. As pessoas querem abrir as portas para o Brasil;, ressaltou ele à Agência Brasil.
Nas conversas, o deputado disse ter percebido que há um interesse não só das autoridades líbias, como dos empresários que se interessam em executar projetos que estimulem a geração de emprego e investimentos no país. Segundo ele, o presidente líbio indicou que quer incentivar projetos que gerem a industrialização, o aperfeiçoamento profissional e mais oportunidades para os jovens.
;Há um interesse imenso pelo Brasil e também pelos programas sociais desenvolvidos no país porque o esforço dos que estão hoje no poder é construir um governo voltado para o povo e longe do período da ditadura;, disse o parlamentar.
O embaixador do Brasil na Líbia, Afonso Carbonar, disse à Agência Brasil que desde que chegou ao país, há quatro meses, observa avanços significativos no país. ;Comparando os dias de hoje com agosto houve um salto qualitativo imenso;, disse ele. ;A presença de um parlamentar brasileiro aqui, trazendo propostas e ouvindo as demandas, é espetacular. Fomos muito bem-recebidos pelo presidente da República e pelas autoridades do país;, ressaltou.
Por 42 anos, a Líbia esteve sob domínio de Khadafi. Em outubro de 2011, ele foi capturado e morto, iniciando uma nova fase no país. Após sete meses de conflitos em 2011, várias cidades foram destruídas, como Sirte (terra natal de Khadafi) e Brega. Um ano depois, ainda há instituições públicas desfeitas e empresas privadas estrangeiras que negociam seu retorno ao país.
A morte de Khadafi encerrou um longo período que alternou momentos de tensão e isolamento com a comunidade internacional. Depois de 2003, Khadafi retomou as articulações para se reaproximar da comunidade internacional. Porém, o processo de desgaste do seu governo acentuou-se por protestos e manifestações na região.