Rosana Hessel, Priscilla Oliveira
postado em 18/12/2012 06:00
O aumento do poder de compra dos últimos anos tem feito com que o brasileiro melhore a qualidade de vida. Ele não só passou a consumir mais bens duráveis como usufrui de serviços aos quais antes não tinha acesso. Esse fator tem preocupado os bancos, porque, quando novas despesas ganham espaço fixo no orçamento, crescem os riscos de inadimplência, já elevada no país. Telefone celular, internet rápida, TV a cabo, restaurantes, plano de saúde privado, shows e viagens esporádicas entraram na lista. Há 10 anos, eram itens impensáveis na rotina da hoje emergente classe média.
;Esses serviços já existiam, mas não tinham peso significativo no levantamento das despesas. A participação deles no orçamento familiar vem crescendo, e isso mostra que há uma melhora no padrão de vida do brasileiro. A tendência é de que tal evolução seja ainda mais forte nos próximos anos;, diz Edilson Silva, economista e gerente da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ele ressalta que a classe média está se beneficiando da maior concorrência na oferta de serviços, o que tem ajudado a reduzir os preços. Por isso, tanta demanda. Na avaliação de Silva, os bancos não deveriam se preocupar com a mudança no perfil de consumo das famílias. Em vez de temerem o calote, devem reduzir as taxas de juros, pois as prestações menores podem se encaixar mais facilmente no orçamento dos lares.
