postado em 21/12/2012 17:30
O Ministério da Fazenda manteve em 5,2% a projeção da inflação oficial de 2012, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O número consta da publicação Economia Brasileira em Perspectiva, documento com projeções sobre o cenário econômico distribuído nesta sexta-feira (21/12) pela Secretaria de Política Econômica (SPE).Esse número já constava de outro relatório, com dados sobre a execução do orçamento federal, divulgado em novembro pelo Ministério do Planejamento. A previsão é mais otimista que a do Banco Central (BC). No Relatório de Inflação, divulgado ontem (20), a autoridade monetária prevê que o IPCA fechará o ano em 5,7%, caindo para 4,8% em 2013.
Apesar de o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ter dito na quarta-feira (19/12) que a economia crescerá 4% no próximo ano, o documento não trouxe previsões sobre o Produto Interno Bruto (PIB). No último relatório do Ministério do Planejamento, a SPE acreditava que o PIB cresceria 2% em 2012, avaliação mais otimista que a do Banco Central. No Relatório de Inflação, a autoridade monetária projeta expansão de 1% neste ano e de 3,3% no acumulado em 12 meses até setembro de 2013.
Sobre a inflação, o documento da Fazenda destaca que, depois de chegar ao pico em outubro, quando atingiu 0,59%, o IPCA começou a declinar. ;Os preços ao consumidor cresceram em ritmo mais rápido em outubro de 2012, principalmente em função de efeitos da seca nos Estados Unidos. Desde então, o IPCA mostra desaceleração, tendência que deverá continuar nos próximos meses;, ressalta o relatório.
As projeções do mercado financeiro são ainda mais pessimistas. De acordo com o Boletim Focus, pesquisa com instituições financeiras divulgada toda semana pelo Banco Central, os analistas de mercado apostavam, até o fim da semana passada, em crescimento do PIB de 1% e IPCA de 5,6% em 2012. Para 2013, as instituições estimavam inflação oficial de 5,42% e expansão de 3,4% da economia.
Uma das poucas projeções novas trazidas na publicação da Fazenda diz respeito aos investimentos públicos. O documento prevê que os gastos fecharão o ano com leve expansão em relação a 2011. No ano passado, os investimentos totalizaram 4% do PIB. Para 2012, a Fazenda projeta crescimento para 4,4%. Desse total, 0,7% vem da União, 1,8% vem dos estados e municípios; e 1,9%, das estatais federais.