A vida de Darlan Moreira, de 21 anos, morador de Samambaia Sul, no Distrito Federal, é um retrato das condições desfavoráveis que afligem a maioria dos jovens brasileiros. Sua curta vida reúne quase todos os indicadores negativos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que comprometem o potencial e o desenvolvimento que o Brasil poderia ter nas próximas décadas por dispor, neste momento único de sua história, da maior força de trabalho jovem, entre 15 e 29 anos.
Darlan chegou ao Planalto Central ainda adolescente, com a mãe, empregada doméstica, vindo de Unaí. Aos 13 anos, já tinha usado drogas e sido mandado para o reformatório. Aos 14, largou os estudos na 5; série. Foi quando conheceu uma menina e de todos os pecados se arrependeu. Com Raiane, também de 15 anos, ele teve o primeiro filho, João Vítor. Depois, Natanael, hoje com 4. E um terceiro, há 10 meses, Jennifer. Ele trabalha como guardador e lavador de carros no estacionamento de um shopping desde o tempo que os filhos vieram.