Economia

Receoso com ações intervencionistas, empresários engavetam projetos

postado em 27/12/2012 06:02
O aumento da participação do governo em financiamentos de hidrelétricas e os seguidos anúncios de pacotes de investimento de infraestrutura com forte viés estatal são alguns dos sinais de que as ações iniciadas em 2008 para enfrentar a crise mundial se tornaram reféns de si mesmas. Como o termo sugere, as medidas adotadas como anticíclicas deveriam ser excepcionais e servir para enfrentar temporariamente períodos recessivos ou de baixo crescimento. Mas acabaram duplamente desvirtuadas, em duração e intensidade, e sem cumprir a missão de tirar a economia do marasmo.

Especialistas ouvidos pelo Correio reconhecem que as intervenções federais para reduzir tributos sobre mercadorias como carros e eletrodomésticos, expandir e baratear o crédito e aumentar os gastos públicos alcançaram sucesso durante o auge das turbulências internacionais entre 2008 e 2009. Não à toa, o Brasil foi um dos primeiros países a saírem do atoleiro provocado pelo estouro da bolha imobiliária dos Estados Unidos. Mas a hiperatividade para estimular o Produto Interno Bruto (PIB) apenas pela trilha do consumo doméstico já explicitou o esgotamento da estratégia. Tanto que, em vez de aumentar, o processo de expansão do país vem encolhendo. Saiu de 7,5%, em 2010, para 2,7% em 2011 e 1% ou menos neste ano.



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