Agência France-Presse
postado em 31/12/2012 18:24
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta segunda-feira (31/12) que o acordo relativo ao abismo fiscal está próximo, mas ainda não está feito e que a saída para o orçamento e redução do déficit pode vir em vários etapas, até se tornar a solução abrangente que é esperada."Há ainda questões a resolver, mas estamos esperançosos de que o Congresso pode fazê-lo", disse Obama na Casa Branca. De acordo com Obama, o acordo se estenderia a créditos fiscais para as empresas de energia limpa e também englobaria a continuidade do seguro-desemprego para dois milhões de pessoas, que está prestes a expirar nesta segunda-feira.
"Nossa prioridade imediata é reduzir impostos para as famílias de classe média, a partir de amanhã. Acho que é uma meta modesta e que podemos realizar. Democratas e republicanos estão juntos no Congresso para conseguir este feito", disse.
O líder dos republicanos na Câmara, John Boehner, tem lutado para controlar conservadores rebeldes de seu partido, muitos dos quais se recusam a assinar qualquer acordo de Obama que aumente os impostos aos mais ricos. As principais áreas de atrito são o limite da renda sobre a qual os impostos devem subir, a insistência de Obama em estender os benefícios de auxílio-desemprego e exigências republicanas para aumento de cortes de gastos federais.
Alguns relatos dizem que os impostos devem subir para as rendas que ganham mais de 450.000 dólares por ano. Obama originalmente pedia aumentos dos impostos para as rendas superiores a US$ 250.000 e acima.
"Há uma série de questões nas quais os dois lados ainda estão separados", disse o líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid. "As negociações continuam, como eu disse, mas realmente estamos ficando sem tempo", completou.
Concretamente, ainda não há nenhum acordo entre os líderes políticos dos EUA, que lutam por um compromisso para evitar uma crise fiscal que pode abalar os frágeis mercados globais e mergulhar os Estados Unidos novamente em recessão. Os republicanos recuaram em sua ideia de cálculo da inflação, que geraria cortes na Segurança Social.
Ao mesmo tempo, ambos os lados permanecem em desacordo sobre os US$ 109 bilhões em cortes de gastos automáticos devem chegar ao Pentágono, assim como outras agências federais no início de janeiro.
Democratas disseram que estavam pressionando por um atraso dos cortes por cerca de dois anos, enquanto alguns republicanos, incluindo o senador Roy Blunt, disseram isso seria inconcebível sem compensações.
Don Stewart, porta-voz de McConnell, disse em um comunicado na segunda-feira que o líder republicano e Biden tinham conversado durante toda a noite para tentar chegar a um acordo.
O congressista democrata Chris Van Hollen disse que havia uma chance de 50% de um acordo antes da meia-noite. Os republicanos se opõem fortemente ao aumento de impostos. Segundo especialistas, pode haver um aumento de impostos automático para todos os americanos, que seria seguido de reduções para a classe média.