Rosana Hessel
postado em 03/01/2013 07:38
Apesar das divergências ideológicas dentro do governo quanto ao aumento da participação estrangeira nas empresas de aviação, técnicos oficiais defendem a medida como forma de melhorar a saúde financeira do setor. Para eles, seria a saída mais rápida e mais barata para capitalizar as companhias e capacitá-las a enfrentar o cenário atual adverso. Além disso, a elevação do limite de 20% de capital votante nas mãos de investidores externos possibilitaria o surgimento de novos competidores no mercado doméstico.
;Capital não tem nacionalidade. Se hoje há apetite para investir com as restrições existentes, imagine se houver uma flexibilização;, comenta um especialista que assessora o Palácio do Planalto na definição de políticas para a aviação civil. Um grupo de servidores reuniu dados para justificar a mudança do capítulo do Código Aeronáutico que trata da composição acionária das companhias áreas. O grupo convenceu o governo de que a concentração é uma realidade do setor em todo o mundo. O segmento é muito sensível a crises externas, tem riscos altos e as empresas precisam ter acesso a capital de forma mais simplificada, a fim de ganhar fôlego e não desaparecer do mercado, como já aconteceu com outras companhias no passado.
A crise levou as empresas a amargar grandes prejuízos, de acordo com os especialistas. Esse é um dos fatores que provocaram a retração na oferta de assentos nos voos domésticos, apesar de o número de passageiros transportados continuar crescendo. Em novembro, de acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o volume caiu 5,7%. Entre algumas capitais, até o número de voos diários caiu de quatro para dois, ou mesmo para apenas um.