postado em 03/01/2013 06:49
Os Estados Unidos e os mercados financeiros globais respiraram aliviados no primeiro dia útil de 2013. Às 23h da véspera (2h de ontem em Brasília) foi aprovado pela Câmara dos Representantes o acordo que evitou uma catástrofe econômica batizada de abismo fiscal. Após longas e tensas negociações, os deputados confirmaram o pacote legal que havia sido chancelado pelo Senado na madrugada de terça-feira, 1; de janeiro. As regras impedem aumentos automáticos de impostos e cortes de gastos que levariam a maior economia do planeta à recessão, com impacto negativo sobre os demais países. Não à toa, a notícia sobre o consenso para driblar o buraco de US$ 600 bilhões levou otimismo às bolsas de todo o mundo, com altas de até 3%.
O acordo no Congresso foi uma clara vitória do presidente democrata Barack Obama, reeleito com a promessa de resolver problemas econômicos por meio, dentre outras medidas, de aumento dos impostos sobre os norte-americanos mais ricos. A oposição republicana, que domina a Câmara, foi forçada a referendar uma proposta contrária ao que defende em seu programa. O entendimento bipartidário resolve ainda, em caráter provisório, as incertezas quanto à capacidade de os Estados Unidos resolverem profundas divergências políticas para impedir uma piora da situação econômica. A recuperação depois da crise iniciada em 2008 e 2009, a maior em 80 anos, está só começando. Resta ainda aos poderes Executivo e Legislativo equacionarem a evolução do endividamento do país, que já passa de US$ 16 trilhões, acima do Produto Interno Bruto (PIB) norte-amercano.