Vera Batista
postado em 05/01/2013 08:09
Apesar de estarem supercapitalizadas, as empresas brasileiras estão longe de atenderem os apelos da presidente Dilma Rousseff para ampliar os investimentos produtivos e, dessa forma, ajudar o governo na retomada do crescimento econômico do país. Pesquisa realizada pela Consultoria Economática mostra que, juntas, as 221 maiores companhias com ações negociadas em bolsa de valores detêm R$ 240 bilhões em caixa, mas relutam em tocar projetos engavetados diante da onda de incerteza que tomou conta do Brasil e do mundo. Essa montanha de dinheiro é duas vezes maior do que os R$ 105 bilhões contabilizados em 2007, ano anterior ao estouro da bolha imobiliária nos Estados Unidos, que provocou uma crise ainda longe de ser superada.Entre os donos do dinheiro, é visível o temor do que eles chamam de ;risco governo;. A lista de queixas é enorme, a começar pelo controle da inflação. No entender do empresariado, a despeito das repetidas garantias do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, de que o compromisso com o sistema de metas inflacionárias está mantido, há um incômodo generalizado com o fato de o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estar há três anos muito distante dos 4,5% definidos como objetivo a ser perseguido pelo BC. O sentimento é de que impera no governo o pensamento de que um pouquinho mais de inflação ajudará a economia a ganhar fôlego ; postura que já se mostrou equivocada em muitas ocasiões e custou caro ao setor produtivo.