Economia

Presidente do banco central do Egito renuncia e será substituído por Ramez

postado em 10/01/2013 17:14
Cairo - O presidente do Banco Central do Egito, Faruq el-Okda, renunciou, e será substituído por seu ex-suplente, Hisham Ramez, disse o porta-voz do presidente, Yassir Ali, nesta quinta-feira (10/1) em coletiva de imprensa na presença de ambos.

Ali informou que Ramez substituirá Okda em fevereiro. "Estou muito feliz com essa transição civilizada", disse Okda aos repórteres.

Okda, à frente do Banco desde 2003, reduziu as diferenças com a presidência e disse que pediu, no ano passado, para que o mandato do presidente seja limitado a dois períodos de quatro anos.

A renúncia de Okda acontece em meio a uma crise econômica no Egito, que viu sua moeda se desvalorizar e suas reservas internacionais diminuir dois anos depois da revolta que derrubou o presidente Hosni Mubarak.

Um empréstimo do FMI para incentivar a economia também foi adiado, com o sucessor de Mubarak, Mohamed Mursi enfrentando o ressurgimento do movimento de oposição, que recorreu a manifestações de massa, em novembro e dezembro, para pressionar o líder islamita.

Tanto Okda quanto Ramez minimizaram a crise econômica nesta quinta-feira. "Não há nada que nos deixe aflitos", disse Ramez, que deixou o banco em 2011. "Não está fora de controle". Okda afirmou que está deixando a instituição em boas mãos. "Tivemos dois anos muito difíceis", disse ele sobre o período posterior à revolta. "Mas, graças a Deus, a economia está segura. Sim, temos problemas, mas saíremos deles", disse ele.

O último sinal de preocupação é a queda constante na libra egípcia que estava sendo vendida a 6,54 libras por dólar nesta quinta-feira, de acordo com o Banco Central.

O Banco reconheceu que suas reservas internacionais chegaram a um nível "mínimo crítico".

As reservas caíram de U$36 bilhões a U$ 15 bilhões em dois anos e são suficientes para cobrir apenas três meses de importações.

Dado o cenário econômico sombrio, garantir o empréstimo de U$4,8 bilhões agora é considerado por muitos como essencial para um estímulo à recuperação.



As discussões sobre o empréstimo começaram novamente esta semana no Cairo com Masood Ahmed, representante do FMI para o Oriente Médio e a Ásia Central. Em uma declaração feita na noite de segunda-feira, Ahmed disse que ele teve conversas produtivas com Mursi e outras autoridades.

O governo egípcio disse que uma equipe do FMI discutirá o empréstimo novamente em algumas semanas, provavelmente após as eleições parlamentares, possivelmente em março ou abril.

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