Agência France-Presse
postado em 16/01/2013 16:51
Berlim - A Alemanha, cada vez menos alheia às dificuldades econômicas de seus vizinhos, revisou para baixo suas previsões de crescimento para 2013 diante da ameaça da recessão.O impacto da crise da dívida da zona do euro na primeira economia europeia é cada vez mais evidente: três meses depois de ter revisado para baixo sua previsão de crescimento para este ano, o governo alemão voltou a reduzi-la em mais da metade.
Agora, o governo projeta um crescimento de 0,4%, frente ao anterior de 1%, segundo o relatório anual do Ministério da Economia publicado nesta quarta-feira.
Após ter resistido durante muito tempo aos problemas econômicos de seus vizinhos, a Alemanha, um dos principais países exportadores do mundo, foi afetada pouco a pouco em 2012 pela deterioração da conjuntura econômica mundial, como demonstra o crescimento de 0,7% do PIB, frente a 3% e 4,2% de 2011 e 2010, respectivamente.
No último trimestre do ano passado, a economia do país se contraiu 0,5%, segundo dados ainda provisórios.
Berlim aposta em uma melhora em 2014, com um aumento de seu Produto Interno Bruto (PIB) de 1,6%.
O ministro da Economia, o liberal Philipp R;sler, não quis se aventurar a afirmar se o país vai voltar a crescer no primeiro trimestre deste ano.
Tecnicamente, dois trimestres consecutivos de queda do PIB significam que o país entraria em recessão, como já está o conjunto da zona do euro.
"Há motivos para estar confiante", disse R;sler em uma coletiva de imprensa. "Partimos do princípio de que a fase de fragilidade deste inverno melhorará ao longo do ano", acrescentou.
Esta opinião é compartilhada com a maioria dos economistas. Para Thomas Harjes, do Barclays, o crescimento alemão continua sendo robusto.
"Após a fragilidade do 4; trimestre de 2012, a economia alemã deve se recuperar rapidamente em 2013", graças à crescente demanda mundial, investimentos em alta e um retorno progressivo da confiança dos empresários, explicou o economista.
O ministro da Economia também afirmou que, no momento, os primeiros elementos disponíveis são "totalmente positivos". Ele destacou, por exemplo, a intenção das empresas de investir novamente e a volta da confiança aos mercados e empresários.
"A Alemanha continuará em 2013 na vanguarda da Europa em economia e mercado de trabalho", afirmou.
Berlim espera continuar preservando os empregos, que, apesar dos sinais de piora, continuam sólidos, em particular se comparados com seus sócios europeus.
Segundo o governo, o número de ativos com trabalho, que, em 2012, alcançou um nível historicamente alto, aumentará a 41,6 milhões. O número de desempregados continuará em nível baixo, depois de chegar, no final de 2012, a 2,9 milhões, o que supõe uma taxa de desemprego de 6,8%, a mais baixa desde 1991.
A inflação, que foi no ano passado de 2%, continuaria sendo moderada e cairia a 1,8%.
O governo de coalizão conservadores-liberais de Angela Merkel, defensora da austeridade para sanear as finanças públicas, tmabém prevê limitar o déficit público a 0,5% do PIB em 2013 e 2014.
Em 2012, o governo teve um excedente de 0,1%, uma novidade desde 2007.