Economia

Europa, Japão, Chile e Quatar também proíbem voos com o Boeing 787

Companhias aéreas desses países terão que provar que a aeronave é segura. Engenheiros e autoridades investigam problemas nas baterias do avião

Estado de Minas
postado em 17/01/2013 17:43
Aeronave da Boieng teve voos suspensos em diversos países por conta de problemas nas baterias

Europa, Japão, Índia, Quatar e Chile se juntaram aos Estados Unidos e também suspenderam voos com o Boeing 787 Dreamliner, nesta quinta-feira (17/1). Engenheiros e autoridades aeronauticas investigam problemas relacionados às baterias do avião.

As autoridades japonesas de segurança da aviação afirmaram nesta quinta-feira (17) que o interior da bateria do Boeing 787 Dreamliner que fez um pouso de emergência nesta quarta-feira (16) no sudoeste do Japão parecia queimada e "inchada". "Estava como carvão", disse Hideyo Kosugi, um dos cinco investigadores enviados ao local em que o avião operado pela All Nippon Airways pousou. Segundo ele, o interior da bateria parecia inflamável.



Kosugi afirmou que, apesar de ainda não estar claro se o problema foi da bateria ou da fiação, ficou aparente que havia maior corrente elétrica e calor gerados do que o ideal. Ele disse também que a bateria estava pesando quase cinco quilos a menos do que seu peso original, provavelmente devido ao vazamento de fluidos. Segundo Kosugi, sua equipe deve divulgar um relatório sobre o pouso de emergência em um prazo entre nove meses e um ano.

Proibido também na Europa

Na Europa, a Agência de Segurança de Aviação Europeia (EASA, na sigla em inglês) anunciou que todos os jatos 787 devem ser mantidos em solo. A decisão da EASA afeta duas aeronaves operadas pela Polish Airlines. "Não haverá Boeing 787 voando para qualquer lugar do mundo no momento", disse a EASA.

[SAIBAMAIS]A companhia aérea Latam, produto da fusão entre a chilena LAN e a brasileira TAM, também vai manter em terra o seu 787. Outras companhias no mundo inteiro ponderam tomar a mesma atitude.

O presidente da Boeing, Jim McNerney, disse que a empresa está "empenhada em apoiar a FAA e encontrar respostas o mais rapidamente possível." A Boeing está trabalhando "o tempo todo com os seus clientes e as diversas autoridades reguladoras e de investigação", disse McNerney, em um comunicado.

Ele destacou que "o 787 é seguro" e a empresa está "atrás de sua integridade global", acrescentando que a Boeing "lamenta profundamente o impacto" sobre as companhias aéreas e os passageiros.

FAA

A Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos ordenou ontem a suspensão de todos os voos do Boeing 787 Dreamliner. A medida é uma resposta ao segundo caso, em duas semanas, de mau funcionamento da bateria no moderno jato da fabricante norte-americana.

A ação de emergência da FAA - um movimento na aviação comercial que não é visto nos EUA desde 1979 - intensificou a crise em torno da gigante aeroespacial, que tem articulado muito do seu futuro financeiro no modelo 787.

Voos só poderão ser realizados caso se comprove que as baterias são segurasA FAA informou que emitiu a sua "diretriz de emergência de aeronavegabilidade" depois de, na terça-feira, um 787 da japonesa All Nippon Airways ter sido forçado a fazer um pouso de emergência e de evacuação no Japão. Alarmes indicaram superaquecimento na bateria principal, que causou um cheiro de queimado na cabine. No dia 7 de janeiro, em Boston (EUA), o mesmo problema havia sido identificado em outro 787, da Japan Airlines, que estava parado na pista.

A agência não deu prazo para a suspensão, dizendo que a Boeing terá de demonstrar que as baterias do 787 "são seguras" antes de os voos poderem ser retomados. A FAA pretende trabalhar com a Boeing e as companhias aéreas para desenvolver um "plano de ação corretiva" para permitir que o 787 retome a operação nos EUA "o mais rápido e da forma mais segura possível".


Operações afetadas em todo o mundo

A medida da FAA se aplica apenas aos Dreamliner registrados nos EUA, o que significa que afetará apenas sete aviões 787 operados pela United Airlines. As duas companhias já informaram que irão cumprir a ordem da FAA. Após a determinação dos Estado Unidos, o Governo japonês também ordenou que todos os equipamentos modelo 787 das companhias ANA e Japan Airlines fiquem em solo. Essa decisão afeta 22 aeronaves das duas companhias, que são as maiores empresas aéreas do país. O Ministério dos Transportes do Japão disse que investigadores da Boeing se juntarão a equipe de investigação do incidente da All Nippon Airways, juntamente com especialistas da FAA e do Conselho Nacional de Segurança de Transportes dos EUA.

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