postado em 19/01/2013 09:16
O acionamento de todas as termelétricas para compensar o nível crítico dos reservatórios das hidrelétricas levou o Brasil a subir para a sexta posição entre os maiores consumidores de petróleo do mundo, superando a Arábia Saudita. Relatório divulgado ontem pela Associação Internacional de Energia (AIE) mostra que o consumo brasileiro atingiu, em outubro, média diária de 3,19 milhões de barris, 9,3% a mais do que o registrado um ano antes. O mercado saudita, por sua vez, absorveu 3,11 milhões de barris. Com isso, o país só ficou atrás de Estados Unidos, China, Japão, Índia e Rússia.A tendência é de a média diária brasileira ter aumentado ainda mais nos dois últimos meses de 2012, considerando que as usinas movidas a óleo diesel só começaram a ser acionadas em 18 de outubro e continuam todas em atividade até hoje, a pleno vapor. A AIE estima que, em novembro, houve um acréscimo de 160 mil barris por dia no consumo nacional. Além das termelétricas, a entidade com sede em Paris contabiliza um impulso na demanda vindo do aumento na frota de veículos e de ;claros sinais de recuperação (da economia) no fim do ano;, após meses de desempenho fraco.
[SAIBAMAIS]A AIE considera o efeito da estiagem sobre os lagos artificiais a causa mais evidente da ascensão do Brasil na lista dos 10 maiores consumidores de petróleo. Neste sentido, o documento sublinha que a demanda nacional de óleo diesel aumentou em outubro, na média, em 75 mil barris diários. O outro fator destacado é a crescente importação de gasolina para atender o aumento da frota doméstica As compras externas já tinham sido pressionadas pela queda da mistura de etanol ao combustível, de 25% para 20%. A redução provocou um consumo adicional de 60 mil barris no mês para a produção de gasolina.
MUNDO Os mercados mundiais de petróleo estão mais apertados diante do aumento da demanda da China por combustível e queda na oferta do bloco da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), informou ontem a AIE. A tendência pode dar impulso adicional aos preços da commodity.
A AIE, que assessora nações industrializadas sobre políticas de energia, aumentou acentuadamente sua previsão para a demanda global por petróleo para este ano, apesar das preocupações sobre a saúde da economia global.
;De uma hora para outra, o mercado parece mais apertado do que pensávamos;, disse a associação em seu relatório mensal, acrescentando que os estoques da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estão caindo após um longo período de acumulação.