Uma falha operacional nos repasses do Tesouro atrasou os salários de pelo menos 26 mil servidores federais terceirizados, lotados nos 46 hospitais universitários, de 32 instituições de ensino, e, ainda, revelou uma fragilidade na gestão dos recursos humanos da União. Os 634 profissionais do Hospital Universitário de Brasília (HUB), metade formada por médicos, foram os mais prejudicados pelo lapso. Eles não tinham recebido, até ontem, os rendimentos de dezembro. A tensão colocou em risco a assistência a pacientes internados, com ameaças de greve, sobretudo de enfermeiros e anestesistas a partir de hoje.
Líderes sindicais foram informados que a causa do transtorno no hospital da Universidade de Brasília (UnB) tinha origem no Ministério do Planejamento, que, por sua vez, negava qualquer anormalidade no processamento da folha de pagamentos. Questionado, o Ministério da Educação, responsável pelo custeio dos hospitais universitários, declarou que desconhecia o fato, pois os recursos estavam garantidos pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS), vinculado ao Ministério da Saúde.
Uma fonte da Esplanada explicou que a confusão se deveu à mudança na versão eletrônica do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi). Apesar dos alertas e do treinamento de funcionários de departamentos de recursos humanos, alguns órgãos estatais ainda resistiam a trocar a versão 2012 pela de 2013. ;Sem fazerem a migração, acabaram se excluindo do Siafi, cujo funcionamento não teve qualquer perturbação;, resumiu a fonte.