Agência France-Presse
postado em 23/01/2013 16:59
Washington - A Câmara de Representantes dos Estados Unidos, controlada pela oposição republicana, autorizou nesta quarta-feira (23/1) o Governo Federal a exceder o teto da dívida pública até maio.O texto foi aprovado por 285 votos contra 144, com cerca de trinta republicanos votando contra e 86 democratas a favor.
O projeto de lei segue agora para o Senado, onde deve ser aprovado pelo presidente Barack Obama.
Os republicanos haviam proposto esta espécie de suspensão até 18 de maio, que permitirá ao Estado federal funcionar sem atrasos de pagamentos.
O teto da dívida foi atingido no final do ano passado e o Tesouro havia advertido que poderia se manter abaixo desse limite até o final de fevereiro, início de março.
Com este sistema, no dia 19 de maio, o limite legal será aumentado automaticamente pelo valor da dívida excedente contraída até este momento.
O plano é visto como uma concessão dos republicanos, que não querem ser considerados os responsáveis por uma eventual moratória dos EUA.
Em 2011, a queda de braço entre democratas e republicanos quando o limite de endividamento foi atingido colocou o país à beira do default, e fez a agência de classificação de risco Standard & Poor;s baixar a nota da dívida americana, que detinha o nível máximo até aquele momento.
Agora, a bola está com o Senado, controlado pelos democratas.
A Casa Branca indicou na terça que, se o texto for aprovado, o presidente Barack Obama o promulgará.
[SAIBAMAIS]Os republicanos querem, em troca, um acordo que limite os gastos públicos, em particular nas áreas de saúde e previdência.
Para forçar o Senado a acelerar o processo, os republicanos incluíram uma cláusula no texto aprovado nesta quarta: os senadores não receberão seus salários a partir de 15 de abril, enquanto um orçamento não tiver sido votado.
A última Lei de Orçamento votada pela câmara alta data de 2009. Desde então, incapazes de chegar a um acordo bipartidário, os senadores votaram apenas aumentos dos prazos.
"Há quase quatro anos o Senado não faz um orçamento", disse na terça-feira à noite o presidente da Câmara, John Boehner. "Se não fazem o seu trabalho, não deveriam receber salário", considerou.