Agência France-Presse
postado em 24/01/2013 10:18
Madri - O desemprego na Espanha alcançou um novo recorde histórico no último trimestre de 2012 ao superar 26% da população economicamente ativa e 55% entre os jovens, enquanto o país segue afundado em uma recessão e em um esforço de austeridade sem precedentes. No último trimestre do ano, a taxa de desemprego cresceu um ponto percentual e ultrapassou amplamente as previsões do Governo para o fim de 2012, que eram de 24,6%.No fim de dezembro, a Espanha contava com 5.965.400 desempregados, 187.300 a mais que no último trimestre, anunciou nesta quinta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). Do total da população economicamente ativa, 26,02% encontram-se sem emprego, contra 25,02% no trimestre anterior.
O aumento do desemprego é particularmente dramático entre os jovens, com 55,13% dos espanhóis ativos entre 16 e 24 anos sem trabalho em relação aos 52,34% de três meses atrás. O número de lares espanhóis nos quais nenhum de seus membros ativos trabalha também aumentou em 95.800 e se situou em 1.833.700, o que significa mais de um em cada dez lares nesta situação. Este novo aumento do desemprego se une ao provável agravamento da recessão na qual a quarta economia da Eurozona está instalada desde o fim de 2011.
[SAIBAMAIS]Segundo as previsões do Banco da Espanha, o Produto Interno Bruto (PIB) do país pode ter retrocedido 0,6% entre outubro e dezembro de 2012, sendo a contração trimestral de mais destaque nos últimos três anos. Durante todo o ano de 2012, a recessão pode ser de 1,3%, segundo o banco central, levemente inferior ao previsto pelo Governo (1,5%). Para colocar fim ao seu alto déficit público, a Espanha realizou um amplo programa de austeridade com o objetivo de economizar 150 bilhões de euros entre 2012 e 2014, 39 bilhões deles em 2013, o que dificulta a recuperação econômica e do emprego.
As medidas implementadas incluem um aumento dos impostos, como o aplicado ao IVA no dia 1; de setembro, diminuições dos salários no setor público, redução do seguro-desemprego e cortes orçamentários em saúde e educação. O governo conservador de Mariano Rajoy teve que admitir que o país seguirá em recessão em 2013, ao prever uma contração de 0,5% do PIB. Mas este número foi amplamente rebaixado pelas previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), que situou o retrocesso para este ano em 1,5%.
Entre as 17 regiões autônomas da Espanha, a Andaluzia, no sul, continua sendo a mais atingida, com um desemprego em alta que chega a 37,52% da população economicamente ativa. O País Basco, uma região rica do norte da Espanha, é a que resiste da melhor forma, com 16,16% de desempregados.
As regiões de Madri e Catalunha, as de mais peso no país, registram um maior aumento do desemprego em termos absolutos. Por setores de atividade, os serviços continuam com sua perda de emprego (305.600), assim como a construção (62.500) e a indústria (58.500).