Economia

França defende em Davos superimposto sobre população mais rica

O superimposto, de 75%, terá dois anos de existência e só afetará os franceses mais ricos, com renda anual superior a um milhão de euros

Agência France-Presse
postado em 25/01/2013 18:11
Davos - A França defendeu nesta sexta-feira (25/1) em Davos, onde se reúne a elite empresarial do mundo, seu "super imposto" de 75% sobre os rendimentos muito elevados, acusado de provocar um desvio dos investimentos estrangeiros.

O ministro francês das Finanças, Pierre Moscovici, explicou em coletiva de imprensa os objetivos desta tributação "excepcional", enfatizando sua natureza transitória.

Este imposto de 75%, que terá dois anos de existência, só afeta os franceses mais ricos, com renda anual superior a um milhão de euros, disse. Por enquanto, não há chances de desistência, apesar dos rumores persistentes sobre seus efeitos, ou sua anulação pelo Conselho Constitucional francês, insistiu.

Segundo o ministro, "não é ilógico que aqueles que ganham um monte de dinheiro façam este esforço temporário".

"Situação excepcional, esforço excepcional, renda excepcional e, portanto, tributação excepcional, essa é a lógica", insistiu.

A ministra francesa da Economia, Flor Pellerin, reconheceu sido consultada em Davos sobre esta taxa.

"Eu participei de um grupo de trabalho sobre competitividade e uma pergunta sobre isso foi feita por um funcionário da Goldman Sachs", disse ela em uma coletiva de imprensa.


"Este é um ambiente dominado pelo pensamento anglo-saxão, sendo assim, é verdade que, quando se trata de atratividade, de resistência econômica, etc., há um monte de perguntas", acrescentou.

A proposta de imposto de 75% sobre os rendimentos superiores a um milhão desencadeou polêmica na França, provocando, entre outras coisas, a partida do ator Gérard Depardieu para a Rússia, mas também preocupação entre alguns investidores.

Moscovici, no entanto, minimizou seu impacto em Davos, onde centenas de grandes empregadores e líderes empresariais se reúnem a cada ano no Fórum Econômico Mundial.

"Eu não senti preocupação sobre isso aqui, porque todo mundo pode entender o que é", disse.

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