Rosana Hessel
postado em 30/01/2013 14:55
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o aumento da gasolina (de 6,6% a partir de hoje nas refinarias) poderá não ser o único no ano. Tudo vai depender se o preço do petróleo se mantiver estável no mercado internacional. ;É o último aumento da gasolina nesta semana;, disse ele a jornalistas, em tom de brincadeira, após participar do último dia do Encontro Nacional de Prefeitos e Prefeitas, nesta quarta-feira (30/1) em Brasília.;Os aumentos da gasolina são decididos pela diretoria da Petrobras. Isso depende de uma série de fatores, do preço internacional etc. Não sou eu quem define isso e busco nem comentar porque é uma questão da Petrobras. Agora, no ano passado, nós demos mais de um aumento. O que não quer dizer que vamos fazer o mesmo este ano. Tudo depende das circunstâncias, da situação e do preço internacional. Se o preço do petróleo internacional cair, não tem necessidade de aumento porque o custo da Petrobras cai;, justificou o ministro lembrando que os aumentos de 2012 não foram totalmente sentidos pelo consumidor porque o governo reduziu a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), que foi zerada sobre os combustíveis desde julho passado. ;A gasolina vinha sendo corrigida, porém, nós arcávamos o custo com a Cide e por isso que a população não percebia. Houve aumento para o produtor, mas cide neutralizava. Como acabou a Cide, o consumidor terá um impacto muito pequeno no IPCA;, afirmou.
[SAIBAMAIS]Pelos cálculos de Mantega, o impacto do reajuste atual da gasolina será de 0,16 ponto percentual na inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Para minimizar o impacto, o governo deverá anunciar, em breve, segundo ele, um aumento na mistura do álcool na gasolina. Hoje, esse percentual é de 20%, podendo chegar a 25%. Hoje às 16h Mantega e Lobão terão uma reunião sobre o assunto no Ministério da Fazenda.
O ministro desconversou quando questionado sobre o que o governo irá fazer em relação aos distribuidores que já fizeram o reajuste integral na bomba, como o levantamento feito pelo Correio em que há postos cobrando R$ 3,04 o litro. ;O aumento foi de 6,6% e o posto vai repassar 4,4% porque tem a mistura. E isso é menos que inflação. Quero lembrar a vocês que fazem quatro anos que o preço da gasolina não sobe. De 2006 até 2012, o preço subiu 6% muito menos que toda a inflação. Portanto, é uma elevação modesta perto daquilo que aconteceu com o preço da gasolina. É uma pequena correção e não vai atrapalhar ninguém;, afirmou. No entanto, ele reconhece que o preço atual da gasolina é elevado. ;Eu acho que tudo podia ser mais barato. Mas estou dizendo que há quatro anos não houve elevação do preço da gasolina. Temos uma inflação de 5,5% e é natural que haja correção de preços;, pontuou.