Economia

FMI continua sem encontrar acordo sobre mecanismo de cálculo de cotas

Segundo uma reforma aprovada em novembro de 2010, o FMI tinha até o final de janeiro deste ano para revisar o modo de calcular estas cotas indexadas ao PIB

Agência France-Presse
postado em 31/01/2013 19:50
Washington - O Fundo Monetário Internacional (FMI) realizou "importantes progressos", mas não chegou a um acordo sobre um novo mecanismo de cálculo das cotas pagas por seus Estados membros, que determinam seu poder de voto na instituição, anunciou o organismo nesta quinta-feira.

Segundo uma reforma aprovada em novembro de 2010, o FMI tinha até o final de janeiro deste ano para revisar o modo de calcular estas cotas, indexadas, principalmente, ao Produto Interno Bruto (PIB) de cada país e à abertura da economia. O objetivo é que os países emergentes, cujo peso econômico cresceu, tenham mais poder nas decisões do organismo.

Após várias reuniões "foram feitos importantes progressos para identificar elementos chaves que poderiam ser a base de um acordo final sobre uma nova fórmula", informou em um comunicado a diretoria do Fundo, formado por 188 membros.

Contudo, um acordo definitivo ficou para o próximo ano, quando será realizada uma revisão geral das cotas.

"Houve um consenso para que o PIB deve continuar sendo componente mais importante" da fórmula, disse o comunicado.

Vários pontos estão suspensos. Os países emergentes com maior peso econômico pedem que a variável abertura à economia seja suspensa ou considerada com menos peso que atualmente.

Várias destas nações restringiram a entrada de capitais em seu território ou limitaram a conversibilidade de suas moedas e esta variável as afeta em um momento em que seu poderio econômico cresce.

O representante do Brasil no FMI criticou o fraco resultado das negociações que "reflete fundamentalmente a resistência à mudança por parte de membros excessivamente representados" no organismo, "em particular da Europa".



Segundo Paulo Nogueira Batista, a fórmula atual das cotas produz "numerosas anomalias" que precisam ser corrigidas o quanto antes "para refletir melhor a realidade da economia mundial".

"O FMI se aproxima do que poderíamos chamar de um ;abismo de credibilidade", disse em um comunicado enviado à AFP.

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