postado em 08/02/2013 06:05
O governo bem que tentou, mas não conseguiu evitar o susto da inflação. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta 0,86% em janeiro, o pior resultado para este mês em 10 anos e o mais elevado para todos os meses desde abril de 2005. Medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e usado como referência para a meta de inflação do país, o indicador acumulou elevação de 6,15%, encostando no teto de 6,5% perseguido pelo Banco Central. O sentimento entre os especialistas é de que o país está prestes a entrar em um quadro de descontrole de preços. Não sem motivo: 75,1% dos produtos e serviços pesquisados pelo IBGE apontaram reajustes. Num cenário de normalidade, o chamado índice de difusão é de, no máximo, 60%.
Não fosse a antecipação do corte nas tarifas de energia elétrica, o IPCA teria atingido 0,99% no mês. Os esforços da equipe econômica não se limitaram a esse desconto. Incluíram, também, pedidos a governos estatuais e prefeituras de capitais para adiar aumentos de passagens de ônibus urbanos, trens e metrôs. Essas tarifas represadas deverão impactar o custo de vida até a metade do ano, quando o BC espera que os reajustes comecem a perder força. O IPCA de janeiro superou, embora por uma margem pequena, a previsão média de 0,83% do mercado. Com o resultado, o Brasil subiu para sexto no ranking das maiores taxas de inflação da América Latina. Em 2006, estava na 15; posição.